Pleonasmo Vicioso
Também chamado de redundância, o pleonasmo vicioso é utilizado como vício de linguagem.
Nesse caso, ele é um erro sintático não intencional que a pessoa comete por desconhecimento das normas gramaticais.
Trata-se de um desvio gramatical que passa despercebido pelos falantes da língua. Note que ele é muito utilizado no cotidiano e na linguagem coloquial.
Exemplos:
- subir para cima: o verbo “subir” já indica ir para cima, elevar-se.
- descer para baixo: o verbo “descer” já denota mover de cima para baixo, declinar.
- entrar para dentro: o verbo “entrar” já indica passar para dentro.
- sair para fora: o verbo “sair” é sempre passar de dentro para fora, afastar-se.
- encarar de frente: o verbo “encarar” significa olhar de frente, de cara. Ou seja, quando encaramos, já estamos posicionados de frente.
- ver com os olhos: o verbo “ver” (perceber pela vista) está intimamente relacionado com os olhos, uma vez que enxergamos com esse órgão
- hemorragia de sangue: a “hemorragia” é um termo que indica derramamento de sangue. Quando utilizamos essa palavra, não é necessário utilizar o vocábulo sangue.
- multidão de pessoas: a palavra “multidão” já determina um grande agrupamento de pessoas.
- surpresa inesperada: a palavra “surpresa” já indica algo inesperado.
- outra alternativa: a palavra “alternativa” denota outra escolha dentre duas ou mais opções.
Pleonasmo Literário
Já o pleonasmo literário (ou intencional) é usado com intenção poética de oferecer maior expressividade ao texto. Assim, nesse caso ele é considerado uma figura de linguagem.
Em outras palavras, o pleonasmo literário é utilizado intencionalmente como recurso estilístico e semântico para reforçar o discurso de seu enunciador. Observe que nesse viés, o escritor tem 'licença poética' para fazer essa ligação.
Exemplos:
- “E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Moraes)
- “E ali dançaram tanta dança” (Chico Buarque e Vinicius de Moraes)
- “Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã” (Chico Buarque)
- “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
- “Morrerás morte vil na mão de um forte” (Gonçalves Dias)
- “Quando com os olhos eu quis ver de perto” (Alberto de Oliveira)
- “Chovia uma triste chuva de resignação” (Manuel Bandeira)