Padre João e os seus três eus no divã metanalista tridimensional.
O padre João era um homem de fé, mas também de dúvidas. Tinha dedicado sua vida a servir a Deus e aos homens, mas sentia que algo lhe faltava. Não era alegria, nem paz, nem amor. Era algo mais profundo, mais essencial, mais divino. Era a poesia da vida.
O padre João tinha perdido a poesia da vida quando perdeu a fé em Deus. Não sabia ao certo quando isso aconteceu, mas suspeitava que fosse por causa das experiências ruins que teve no seu ministério. Viu tanta dor, tanta injustiça, tanta maldade, que se perguntou onde estava Deus em tudo isso. E não encontrou resposta.
O padre João tentou recuperar sua fé, mas não sabia como. Buscou na Bíblia, na oração, na confissão, na comunhão, mas nada lhe trouxe consolo. Buscou na ciência, na filosofia, na psicologia, mas nada lhe trouxe sentido. Buscou na arte, na música, na literatura, mas nada lhe trouxe beleza. Sentia-se vazio, angustiado, desesperado.
O padre João sentia que ninguém podia ajudá-lo e não confiava no paradigma atual de saúde que, na sua visão, estava tão incrédulo quanto ele. Não queria tomar remédios, nem fazer terapias, nem seguir modas. Queria apenas encontrar Deus novamente e sentir a poesia da vida.
Foi então que o padre João tomou conhecimento da Metanálise Clínica Tridimensional e procurou uma consulta com seu idealizador, o psicoterapeuta Yuri Mc Murray. O que ele encontrou foi uma abordagem diferente de tudo o que já tinha visto ou ouvido. Uma abordagem que integrava razão e intuição, conceito e experiência, dinamismo e estática, ser e devir.
O padre João ficou intrigado com a proposta e aceitou o desafio de se submeter à metanálise clínica tridimensional. Durante as sessões, ele foi conduzido a um processo de autoconhecimento e autotransformação entrando em contato com seus "três Eus": o eu Somático, o eu Psíquico e o eu Noético. O Padre João foi levado a compreender como essas três dimensões do eu se desdobram em quatro instâncias, dando origem ao aparelho quaternário, emocional, sentimental, mental e intelectual.
Na esfera somática, o padre João foi levado a reconhecer a expressão de verdades da realidade através do corpo, a ver sintomas e doenças por uma via mais rica e profunda, e a ver a bondade Divina em meio às crises e a dor, a viver em harmonia com seu corpo e com a natureza, bem como a aceitar, compreender e transformar impulsos emocionais em energia útil.
Na esfera sentimental o sacerdote foi ensinado sobre a natureza paradoxal do sentimento, emocional e mental ao mesmo tempo, aprendeu que sentimento é aquilo que se pensa sobre aquilo que se sente, sendo levado a refletir sua história, suas vivências, traumas e etc., o padre foi levado a abrir as portas do sentimento para a razão, possibilitando uma reescrita da própria história, e levando a uma reparação e integração do imaginário.
Na esfera racional, foi ensinado sobre seus desdobramentos, e como a razão se desdobra em razão superior e inferior, quais são os papéis de cada uma delas e a sua hierarquia na formação da personalidade madura e do conhecimento humano. Foi ensinado sobre a natureza racional da linguagem, e da moral. Aprendeu que a razão superior é aquela tal razão que produz consciência, e que a razão inferior é um pouco diferente, sendo aquela razão instrumental, lógica dos matemáticos, físicos e programadores, não menos importante.
Na esfera do eu intelectual, o padre João foi levado a ampliar sua percepção e sua compreensão da realidade externa e interna. Foi estimulado a usar sua intuição para captar as essências e as relações das coisas e dos seres e a sintetizar seus conhecimentos e saberes em uma unidade. O padre João foi levado a transcender sua condição humana e temporal e a ultrapassar o vil espelho do Ego, entrando em contato com o sagrado e o eterno. Foi estimulado a usar sua fé para se abrir à graça e à revelação de Deus e a testemunhar seus dons e carismas. Foi incentivado a desenvolver sua espiritualidade e sua santidade e a buscar sua salvação e sua glória. Padre João foi levado a um encontro com a raiz de seu nome Yochanan, que é graça divina, a um encontro com algo que excede o moralismo, a severidade para um encontro com um Deus do amor, que está além do tempo e do espaço, para além da razão e da emoção, foi levado a um abraço com a paradoxal imagem do Pantocrator.
Foi nessa sonata tridimensional, tocada em um compasso quaternário, que o padre João ouviu a voz de Deus e recuperou a poesia da vida. Não foi fácil nem rápido, mas foi profundo e duradouro. O padre João descobriu que Deus não estava longe nem ausente, mas perto e presente em tudo o que existe. Descobriu que Deus não era um tirano nem um juiz, mas um pai e um amigo que o amava incondicionalmente. Descobriu que Deus não era um problema nem uma solução, mas uma resposta e uma pergunta que o convidava a um diálogo constante.
O padre João descobriu que a poesia da vida não estava fora nem dentro, mas entre e além de si e do mundo. Descobriu que a poesia da vida não era uma ilusão nem uma realidade, mas uma visão e uma expressão que o inspirava a criar e a comunicar. Descobriu que a poesia da vida não era um fim nem um meio, mas um começo e um caminho que o levava a crescer e a evoluir.
O padre João se tornou um novo homem, um novo sacerdote, um novo poeta. Não deixou de ter fé, mas também não deixou de ter dúvidas. Não deixou de servir a Deus e aos homens, mas também não deixou de se servir a si mesmo. Não deixou de buscar a verdade, mas também não deixou de buscar a beleza. Não deixou de viver a realidade, mas também não deixou de viver o sonho.
Por fim o sacerdote rezou assim:
Da mihi, Deus, humilitatem, ut intelligam quid iam acceperit spiritus. Fac me docilem vocem Verbi in rebus audire.
Dá-me, Deus, humildade para compreender o que o espírito já recebeu. Fazei-me dócil para ouvir a voz do Verbo nas coisas.
O coração do Padre João encheu-se de luz e em gratidão tornou-se um adepto da metanálise clínica tridimensional, um admirador de Yuri Mc Murray. Ele escreveu este poema em homenagem aos seus mestres:
Metanálise
Metanálise é mais do que análise
É síntese, é êxtase, é catarse
É ver o todo na parte e a parte no todo
É sentir o uno no múltiplo e o múltiplo no uno
É transcender o dualismo e o relativismo
É integrar o absoluto e o contingente
Metanálise é mais do que terapia
É filosofia, é poesia, é profecia
É pensar com clareza e profundidade
É expressar com beleza e liberdade
É agir com coerência e responsabilidade
É viver com plenitude e felicidade
Metanálise é mais do que ciência
É consciência, é experiência, é transcendência
É conhecer a si mesmo e ao outro
É compreender o mundo e o além-mundo
É amar a Deus e à sua criação
É servir ao bem e à sua realização
Metanálise é mais do que arte
É parte, é parte, é parte
De um projeto maior e melhor
De um propósito maior e melhor
De uma vocação maior e melhor
De uma missão maior e melhor
Metanálise é mais do que vida
É vida, é vida, é vida
Em toda a sua dimensão
Em toda a sua expressão
Em toda a sua evolução
Em toda a sua poesia.