Fumaça azul da cremação
Cada incineração leva em média duas horas. Corpos mais pesados demoram mais. Caixões de 250 quilos levam o dobro do tempo. A maioria das urnas é de madeira, mas também há de papelão, depende de ter dinheiro. A rotina se repete por 24 horas, todos os dias. O funcionário retira as alças e o vidro que cobrem a parte superior do caixão e, com o auxílio do carrinho, acomoda a urna no forno, já aquecido a 800 graus. Quando a urna pega fogo, a temperatura sobe para mais de 1.000 graus. A cada meia hora, o funcionário levanta a porta do forno para espalhar as cinzas e otimizar a incineração. Usando avental e proteção para olhos e ouvidos, ele manuseia uma espécie de pá gigante para remexer o fogo.
Os tempos de atividade em cada forno são controlados com anotações, e as urnas identificadas com números e nomes. Os fornos possuem uma espécie de gaveta na parte dianteira, para onde são dirigidos os restos queimados, puxados de dentro do equipamento. A gaveta sai em brasa, com os fragmentos de ossos, que são levados ao triturador. A imagem das chamas, em suas nuances de vermelho e amarelo, é viva e impactante.
Dizem que o procedimento de cremação é ecologicamente correto e econômico. Além disso, esse processo preserva o meio ambiente, pois não emite fumaça poluente, mas não sabemos se é azul, e quando feito adequadamente, libera somente gás carbônico e água e em quantidades pequenas.