Anarquia no campo epistêmico

     Problematizando o edifício científico levando em conta a sua construção histórica, os avanços na ciência não aconteceram de forma simples e linear, mas sim de maneira complexa, irracional e contraditória. Na critica dos sistemas considerados racionais, hegemônicos, que implicam na argumentação para a confirmação de determinada teoria, a tradição racionalista, assim como todas as outras, não está fora do âmbito da sua história. Portanto, a melhor maneira de problematizar uma tradição é conferindo a estrutura histórica da teoria. Partindo

dos pressupostos históricos, as investigações humanas que obtiveram mais sucesso não foram praticadas no exercício de métodos racionais. Não há ideia, que não seja capaz de aperfeiçoar ainda mais nosso

conhecimento.  Portanto, a exclusão de teorias por causa da descoberta de uma nova teoria é extremamente nociva para o avanço do conhecimento.

     O anarquismo epistemológico é o corolário de toda argumentação anterior, desde a sua perspectiva relativista, problemas com a visão racional e com a estrutura da comunidade científica, tendo por objetivo mostrar que não há algo como ‘o’ conjunto de regras que se aplique a todas as situações, uma metodologia pluralista, como o anarquismo epistemológico, posição que não é estabelecer uma nova regra fixa em detrimento de outra, muito pelo contrário, é justamente mostrar ao leitor que todas as metodologias têm seus problemas e limites. Portanto, o anarquismo epistemológico não pode ser compreendido como uma metodologia, assim como não pode ser compreendido como o abandono de todas as metodologias. O anarquismo epistemológico tenta encontrar novos meios não tradicionais nas descobertas científicas.

www. marilia.unesp.br/RevistasEletronicas/FILOGENESE/historia-e-metodo-cientifico.pdf