Caixas.
Involuntariamente às deixamos no caminho e, todos os dias temos que nos depararmos com elas,sempre estão cheias de memórias e apelos intocáveis.
Sempre temos a obrigação de abri-las,rever todas as marcas deixadas fora do alcance.
Como se tudo dependesse do que está lá,uma mistura do aqui,com algumas visões distantes.
De coisas e sombras,que nos dão muito medo de tentar abrir as tais caixas.
Algumas nos tiram do eixo,outras nos colocam de volta ao jogo.
Embora isso não seja motivador,precisamos ter coragem,
Coragem de abrir mão de coisas que achamos importar,pra que assim possamos agarrar o disponível.
Poder fincar os pés em algo sólido,sem os intulhos das histórias que não tivemos.
Possivelmente isso nos fará bem,acreditar no próximo dia.
Por alguns segundos,aceitar na ilusão de que elas não existem.
Aproveitar a manhã seguinte,com porões trancados e mente limpa.
Em silencio e passos cautelosos,um após outro.
Seguros de que realmente podemos fugir,sair de perto do pó e traças de uma existência insegura.
Guardando por um tempo,até que tenhamos certeza de que podemos abrir.
Sem sustos nem imfrentamentos inevitáveis,apenas a nostalgia do incompleto.
E cabemos em muitas delas, espalhadas pelo caminho.
Muitas das vezes nem cuidamos da aparência,apenas empilhadas nas fendas da rotina.
Cheias de fragmentos de nós,aqueles dos quais não temos interesse.
Queremos mantê-los fora da vista,talvez numa espera intranquila.
Pra que em qualquer tempo,possamos trazê-los pra cá.
Bastando apenas coragem e, um pouco de sorte também.
Afinal, elas são frágeis,se degradam com imponência do tempo.
Oferecem o risco de perda,mesmo do que achamos não ter valor.
Somos apegados e preguiçosos,não deixamos que coisas e pessoas se vão.
Sempre às colocamos nas caixas,cheias,aglomeradas no escuro templo das nossas memórias.
Como se fosse possível manter,intocáveis na espera por nós.
Que a qualquer momento,podemos ir lá e reviver,aperta um botão e continuar dali.
Enganados e vazios,assim como as caixas, que todos os dias guardamos um pouco de nós.