Santista
Nasci em Santos.
Não na cidade litorânea Paulista, mas na Alameda Santos na Bela Vista. Uma rua que marcou minha vida. Fiquei assustado com um exercício do Exército Brasileiro passando em frente de casa, marchando e pronunciando palavras de ordem. Não era só um Pelotão era uma Companhia inteira com tanques de guerra, jeep e outros mecanizados. Tinha também Banda de Música que tocava caixa e bumbo. Clarim e outras cornetas. Achei que o Brasil iria a Guerra.
Era uma Rua movimentada que dava acesso ao Quartel do Ibirapuera. Ainda não era o QG, este continuava no Centro da Cidade.
Uma via de duas mãos que circulava mais carro de aluguel (taxi) do que os particulares. Esses a gente sabia os nome dos proprietários, a marca dos importados e modelos. Que distração!
Nessa época, por volta de 1950, havia inúmeros batalhões do Exercito Constitucionalista, no qual meus tios avós, Henrique e Juvenal eram militantes, ex-combatentes convictos de seus ideais. Meu pai nos levavam ao Túnel de 9 de Julho, Data magna da Revolução de 1932, donde partiam os heróis em desfile militar até o Centro da Cidade Paulista.
Não era à-toa que eu tivesse medo, só de pensar nos meus tios terem que voltar ao combate contra o ditador Getúlio Vargas.
Meu medo passou quando na madrugada de 24 de Agosto de 1954 o então Presidente da Republica se suicidara por um complô de Carlos Lacerda.
Como o Mundo da Voltas! Vim há ser agora Comandante do Exército Constitucionalista de 32, investido na honrosa farda caqui e capacete de aço como foram os figurinos dos meus saudosos tios. Sou um Sócio da Sociedade Veteranos de 1932, desde 1972 quando adentrei como voluntário no exercício de Relações Publicas e Mestre de Cerimonias.
E nestas Voltas do Mundo, meu neto Thiago é hoje Sargento do Exercito da Aviação, como mecânico de Helicópteros.