OS PORMENORES DE UMA EXISTÊNCIA POÉTICA!

I ÊTA, AGONIA!

I PARTE

I CAPÍTULO

Numa dessas manhãs de março um jovem chegou exausto da noite. Apesar de visivelmente pernoitado, nutria certa agitação no espírito. Logo, encostou a cabeça na parede do prédio e repetiu peremptoriamente “foi o gengibre!" , ou melhor uma bebida típica dos miseráveis de qualquer localidade da Bahia. Ele se esforçava impreterivelmente para olhar com certa veemência e perscrutar as janelas de um edifício, onde procurava uma posssível silhueta de uma tal Marina sussurrando em amiúde... Logo se passou preocupado - já que era segredo, assim ainda imaginava. Pois lhe dava alegria as bobagens demasiadas; disfarçava-lhe então de imediato além da conta sem vê ninguém o que era impossível de imaginar. E de qualquer forma colocava a culpa na embriaguez para assegurar o tal segredo - sozinho não, para almejar uma outra tímida tentativa sem êxito de acontecer, sempre. E quando não fazia essa contemplação, enlouquecia desde o começo da rua. Então, despertou com o pêndulo da catedral. Logo, avermelhou-se o rosto desolado, não chorava. Mas não deixava de lagrimejar os olhos para os céus como tivesse alguma dor sentimental profunda, não secular se estimulada sem controle. Era ridículo pensar, então sorria nervoso o infeliz a mais pura realidade dos insanos. " Meu Deus! Estou louco de pedra!" E não de outro modo que não foste este momento aqui, pois queria estender um pouco mais a tal fantasia que nunca vinha completa - que logo poderia realizar-se com a sua prostituta predileta quando bêbado! Insistia entre contemplação e realidades, E assim, passavam alguns minutos a resignar pela devassa de profissão liberal como um dia sentira Rousseau, amenisava-o seu coração bastante solitário já que não fora o único agraciado pelas paixões humanas. Mas, no entanto a realidade ia vencendo, a luz do quarto da moça não apagava como um sinal de trabalho duro ainda com outro homem, logo ficara fatigado com o tempo que visto agora perdido!... E assim ficou nervoso da fantasia besta demais, coisa que um resto de cachaça resolvia. Até desfaleceu vendo tudo passar sem sentido; e recuperara às forças somente com os primeiros raios de sol e não demorou muito para repetir tal gesto, "foi o gengibre!". Pois, por outro lado assentava-lhe uma ressaca daquelas no qual logo se fez sisudo por completo, assim desabou escornado no passeio rente ao prédio!... E temendo ser surpreendido encerrou seus lamúrios e alucinações querendo repousar o sofrido corpo. Quando conseguiu levantar-se, logo hesitou-se mais de uma vez desistindo subir o velho prédio, de estrutura colonial e aspecto triste, para descansar num dos quartos que alugara recentemente. Então, o jovem não demorou suspirar rendendo-se ao rumor de uma morna manhã; onde os dedos dormentes disfarçava-o todo o próprosito criado até ali se esvaecia no vento... Que instintivamente não demorou chamar a atenção dela que declinou-se com os olhos nas janelas subitamente cerradas pelas cortinas escarlates como faz uma mulher nervosa, "mas que ousadia, viu! ah esse amigo de Maculo! Aff que Idiota!", concluía em meia voz dando um basta seriamente ao desocupado dada suas expressões de rejeição feminina.

- Você não tem o que fazer não rapaz!, Desabafou agoniada.

- Partindo de um fetiche de uma loira cubiçada hein!?, Retrucou sorrindo o homem deitado chamando a moça grudada nas janelas sem importar com tais brincadeiras. E se fez um silêncio quase de claustro, então; o sol enradiou àqueles lindos cabelos louros donde exalou um perfume das sereias encantadoras das praias de outrora em Itapuã! Não deu outra o cliente calou-se perdido na bela imagem e nada mais disse sisudo. Então, o jovem reagiu sereno, optou pela realidade das coisas possíveis; esticou os braços necessários para regular a pressão e aliviar-se um pouco do desprezo que ouvira ainda pouco daquela mulher; e com uma expressão gravíssima sem mais alevantar a cabeça para o alto começou a ingressar no velho prédio lentamente. E quando guinava canto a canto já seca a garganta, fora tomado por um fenômeno após um fumo caprichoso de pacaia. ah ele sonhou acordado na Bahia onde era rei toda e nada se lembrou depois de um tempo. Não se fez vazio. Era os pormenores de uma existência poética.

Esse jovem esquisito que de perfil bonito tratava-se Alfredo de Albuquerque. E, pensando na resposta de Marina mudou simplesmente de planos. Pois a moça estava a trabalho. E ele levemente administrou à sua paciência sombria igual aos desesperados da fila do SUS! 10/09 @#$% Ela não demorou declinar-se os olhos das janelas subitamente cerradas pelas cortinas como faz uma mulher nervosa. Então, esticou os braços necessários para regular a pressão e aliviar-se um pouco; e com uma expressão gravíssima sem mais alevantar a cabeça para o alto balbuciou. Logo, começou a ingressar no velho prédio lentamente. @#$%Pois, assentava-lhe uma ressaca daquelas no qual se fez sisudo por completo!... E temendo ser surpreendido por conhecidos fechou a cara... Também hesitou-se mais de uma vez desistindo subir o velho prédio, de estrutura colonial e aspecto triste, para descansar num dos quartos que alugara recentemente. Ele não demorou suspirar rendendo-se ao rumor de uma morna manhã, os dedos ficaram dormentes. @#$%%

Alfredo tinha voltado bêbado a pé do Campo Grande, parou na Praça da Piedade sem dar uma palavra. Contemplou o Gabinete de Leitura Português; e, lembrou-se de Maria Tereza quando criança! Repetiu três vezes tal nome, docemente lembrando da alfabetização juntinhos... Temeu instintivamente a mãos dos bolsos onde não tinha nenhum dinheiro. Paraxolmente lembrou do bairro de Plataforma, subúrbio ferroviário onde não nasceu, contudo. E sem nenhum motivo mais cedo passara no Porto do Moreira, na entrada do Dois de Julho, onde comprou cachaça e torrada barata. Embriagou-se. Quando chegou na Praça Castro Alves, próximo ao antigo Jornal A Tarde pensou num tal escritor Carlos Anísio Melhor enlouquecido. Emocionou-se resmungando baixinho... Sempre com loucuras: mantendo-se distante da estátua esquecida do poeta maior doutro lado da Rua Chile como sinal de respeito. Mas, alegrou-se pálido versando em gestos teatrais por um bom tempo em sua homenagem. Logo meteu novamente as mãos nos bolsos e veio alguns manuscritos por concluir, rasgou todos. Era a bruta poesia do moribundo sem o esmeril da lúcida semântica, regras de um vernáculo oficial. Ou seja, de nada lhe confortava assaz! Sempre deixava os poemas inacabados por respeitar princípios ontológicos. Como a nossa fatídiga memória reacionária nunca faz. Era típico dele utilizar-se de monólogos naqueles momentos de desconforto assaz. Então, Alfredo demonstrava-se bêbado, assim afastavam curiosos igualmente insignificantes como ele. Porém, isso desaparecia na ordem cronológica do relógio da catedral basílica, no Terreiro de Jesus. Martelava-lhe a realidade o juízo concreto pela falta de disciplina humana. Disso Alfredo tinha certeza quando sóbrio todas

as segundas-feiras cedinho indo trabalhar pontualmente. Era assim que Alfredo voltava a ser um indivíduo, um daqueles quadros de um corpo social. O mundo das obrigações era infalível aos comuns, disso tinha certeza; pois, a preguiça é um luxo dos nobres tão desiguais materialmente! Então, pensava toda vez@#$%. Era patética a morbidez dos tolos. E assim veio seus lapsos doentios; porém, agradecia pela volta de uma paz de claustros dos mortais, contudo. E, por um minuto olhou pessoas conhecidas interagindo normalmente; decerto, estaria também ao seu modo. Por fim, foi percebendo às coisas como elas realmente são; e diante de tanta violência urbana além de si, Afredo não conseguia perceber à sorte que muitos não tiveram naquela noite! Pois que estava ali sentado e salvo, já quietinho, desculpando-se das heresias cometidas! Já sem um véu poético existencial das lembranças infantis e tolas, de modo algum sem nenhum valor; e, já dentro do velho prédio, onde funcionava um bar & restaurante — longe dos padrões de higiene — Alfredo acomodou-se melhor num canto à meia luz, saira do escuro. Era no térreo do dezenove onde continuava ainda meio desatento. Periodicamente olhava às escadas espirais que davam para o segundo andar. Desistira de subir mesmo, pois passara a vontade radicalmente de dormir...

No ambiente fazia relativamente sossego. No balcão rugia Nelson Gonçalves de uma vitrola moderadamente. Já no salão dois beberrões trocavam amistosas injúrias; e, no centro do bar, onde um cone lançava um clarão de incêndio um grupo jogava cartas e bebericava aguardente sem dar importância aos pormenores. E como não tinha nada de extraordinário na vida daquelas pessoas moribundas, Alfredo balbuciava... Alfredo balbuciava sem inteligência, mas ninguém ligava:

- Voltei do estro! Criaturas do meu quadro realista, fervente!, E sem continuar ficou sonolento numa mesita distante; desassistida por funcionários rudes. "Nada imita a arte, nem a vida contemplada assaz", concluiu exausto o óbvio, louco solitário. Então, em "porto seguro" voltara novamente "a navegar".

surrealista talvez.

"Até ouviu pertinho de seu ouvido vozes do espírito o espreitava. Surgia malicioso desestimulando a sair dali: "De que adianta ser puro sangue e puxar carroça? Era a voz do asco vento, sem direção, sem harmonia, sem valor algum que davam formas a redemoinhos de um beco íngreme do térreo. E dentro de sua cabeça doentia, bêbada por imagens batidas a golpes covardes; nas mãos franzinas somente lho assustava a verdade que era fato. E a entidade ficava impressionado com a calma do grande arauto que não enlouquecia-o mais. Ainda que repetidas vozes malignas vinham pertubando-lhe incessantemente em segredo, sem embargo das calmarias do estro adormecido nele nada fazia. Que não fora a cota d`água o fenômeno, mantia-se tranquilo cambaleante e sereno por fora! Que não nutria uma inspiração diversa do próposito diábolico, conduzia-se sempre reto na sagrada missão: a paz do cortiço! Era proibido alardes e fardados àquelas horas. Contudo, era um presente de Deus, insistia, encontrei-a, murmurava involuntariamente tal sentimento menor! Que pouquíssimas vezes já desfrutados por seres comuns desta terra*, brincava! Estava convicto das delícias vividas doutros tempos passados com ela! Afirmava que era mentira da mente ser uma bacante! E logo veio uma franqueza capital ventindo-lhe todo. Lembrou de preto velho deformado naquele vento estranho, teve calafrios e viu o rosto da prostituta esbranquiçado, sentiu medo do clarão que era verdade ser outra mulher a que imaginava! Mas não deu importância... Espantosamente lembrou quando sobreviveu aos onze meses de nascido. Não sentia nada por causa dos antibióticos dados por Dalí. Era igual a martelada nas mãos do homem que se dizia ser, pois na cabeça enlouquece e mata se fosse real. Quanto a entidade, perturbava-o ainda hoje, apesar de morto com o velho Chico que o salvou nas minas gerais de suas vagas lembranças. Dizia-lhe a voz do escánio então a cuidar do rapaz quando perambulava, inocentemente sem sentido não acreditava em tal zelo se era demônio. Que não desistira se diferente de mim, sussurrava. E como recompensa o bardo, seu estro pagava-lhe sabiamente com ingratição e desprezo a imagem escura, um silêncio furioso sempre adormecido continuava morto: e tudo se desmanchava no vento de rememoinho insistindo retornar. "Não sou teu filho, insano!", trovou o jovem cheio de ódio! E desprezou o incômodo fenômeno de encruzilhada no fim do túnel estreito do dezenove. Então, Marina eclodiu numa aparição tão clara, linda e pura como sempre fora a anos! A prostituta lá no quarto passou mal e também viu tal imagem muito luzidia assaz. Até que se fez real demais numa loira que nunca despregava de suas pálbebras tremendo a vida toda! Logo a prostituta sucumbiu cheia de inveja da claridade. Mas era nesta em vez daquela que verdadeiramente amava! Pois, no fundo de seu coração o jovem amante preferiria que fosse o Poeta Virgílio seu protetor – Anjo da guarda de Dante - pois, a visita deste grande gênio em vez daquele pobre diabo era melhor, porque a luz sempre anunciava Amor Sublime, ainda que não nerecesse. Logo disse a prostituta sou tolo! Saía daqui desgraça, quero ficar só, bradava. Marina tudo ouvia, quase tudo no prédio sentia. Então explodiu na alma dela: a verdade que lhe vestia todas as futilidades! Nem um níquel oxidado valia, pensava e tinha certeza! Pois somente assim ela gemia satisfeita entre machos alimentadas por resiliência e gratidão dos fracos... Que já não era o caso. Porque o amor tão alto não passeava nas confusões e inseguranças: o amor materno era o único verdadeiro o tempo todo, e de seu verdadeiro amor por uma mulher deste seria cuidado também. Quanto às paixões jamais. Doutro modo que fosse sempre ilusões banais... Isso por quê?

Se as pombas brancas melavam-no teu rosto todo, ela aceitava feliz também, cambaleante nas calmas campinas... E se as borboletas doidinhas tremiam colorindo o simples jardim a cada gesto de afago de uma moça, ele acreditava encantado porque já era o prelúdio... E quando desabrochavam os tímidos botões nas úmidas terras, exalando perfumes de mil flores da virgem beijada, ele vivia de amor já no Paraíso! Era o que não se via às bruxas, por isso atormentava a feiticeira no quarto já desolada. E depois de tanto amores perfeitos, repeti-los a na sua cabeça não mais doía as imagens absurdas. Ele cambaleava, ela sofria".

E logo, depois de ter esquecido do sonho surrealista tornou-se jovem aquebratado mais que bêbado novamente. Era o que ninguém via deste espetáculo oculto, somente sua mãe sentia-se feliz sem saber do filho $%&*. Já Marina desgostava das partes que não podia ver. Maculo somente sorria recepcionando equidistante.

@#$ parou aqui@#$%

SERES INFERIORES

claudio maia
Enviado por claudio maia em 18/03/2023
Reeditado em 10/09/2023
Código do texto: T7743091
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