BARBÁRIE NO MUNDO TECNOLÓGICO

O homem aperfeiçoa cada vez mais a ciência para desenvolver a indústria, os meios de transporte, a inteligência artificial no seu crescimento exponencial e, no geral, novas maneiras de produzir alimentos em larga escala, seja por meio do melhoramento genético (os transgênicos), seja por intermédio de agrotóxicos e do uso sistemático de uma cultura agrícola.

No entanto, pouco se tem feito no sentido de instaurar uma justiça efetiva entre os seres humanos; como também, a ciência e a técnica muito pouco conseguiram fazer para promover e ensinar o valor da qualidade moral das relações humanas, bem como a responsabilidade no uso de novas ferramentas, embora saibamos que certas condições devem primeiramente partir de cada um na sua voluntariedade e individualidade em meio ao social.

Ora, a barbárie de tempos em tempos reaparece em novas versões, criando no cenário contemporâneo a dúvida quanto aos valores mais metafísicos, o niilismo, a desesperança, a depressão e a desumanidade no coração da própria humanidade.

Nem mesmo os valores judaico-cristãos de amor, caridade e hospitalidade puderam plenamente plantar na consciência coletiva as suas sementes perenes, deixando evidentemente apenas para certos grupos e instituições o desafio de semear a benevolência e uma nova humanidade no íntimo dos seres humanos.

Enquanto muitos ostentam a magnitude de suas tecnologias de última geração, milhares de vidas são destruídas nos submundos do crime, nas avenidas abarrotadas de prostituição, tráfico e violência, e, principalmente e de forma massiva, nos campos abertos das guerras colossais entre nações: cheias de armas nucleares e munições de longo alcance.

Se por um lado, o homem produz abundância de tecnologia e de riquezas incomensuráveis, por outro lado, vemos os espectros da fome, da exploração do homem pelo homem e da negligência na realização de públicas rondarem diversos lugares da terra, implacavelmente.

E conforme ressaltou Albert Schweitzer, filósofo, humanista, médico e músico norueguês: "O mundo tornou-se perigoso porque os homens aprenderam a dominar a natureza em vez de dominarem a si mesmos". De fato, a ausência de autocontrole e domínio de suas paixões mais perniciosas e de senso de humanidade, certamente levou o homem a perder a ética de responsabilidade e de amor universal pelos seres, pelo cosmos e pelo próprio Deus de sua vida.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 12/03/2023
Reeditado em 12/03/2023
Código do texto: T7738687
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