HAVERIA UMA RESPOSTA?
Há tempos uma pergunta me ronda.
Mas, antes que eu a faça literáriamente, farei algumas prévias considerações.
Ainda outro dia, falava aqui sobre as vocações, e arguia sobre os mecanismos com os quais a PROVIDÊNCIA unge cada um de seus filhos para que o universo flua na melhor logística.
Mas, há um seguimento que me intriga: A verdadeira vocação para a política, vocação que é mister, como o é em qualquer outro seguimento.
Desde que a humanidade surgiu, o Homem necessita da tal ciência.
É através dela que a sociedade se organiza, aspira e teoricamente realiza seus sonhos e suas necessidades.
Mas como não sou cientista político faço minhas considerações vindas dos sentimentos...de cidadania.
Vejo os políticos como importantes e sagrados líderes a serviço da sociedade.São eleitos e muito bem pagos para tal.
Por considerá-los quase um "exército de linha de frente", posto que fazer política não deixa de ser figurativamente "fazer guerra" em defesa dos interesses da sociedade - em prol do que há de melhor naquele tempo e espaço para determinado grupo- agora sinto-me entrando própriamente no que aqui gostaria de defender, ou seja comparar os políticos aos heróicos soldados dum exército.
Ocorre que os meninos-cidadãos ao alistarem -se no exército, têm somente um interesse em comum: Estarem aptos a defender a Pátria em situações adversas. E não são eleitos. São convocados.
E naquele periodo de "prestação de serviços" são MINIMAMENTE mantidos pelo ESTADO, nas suas dignas necessidades humanas: Casa, comida, roupa lavada, e uma ajuda de custo para a família. Abrem mão de um ano da vida familiar, inclusive dos estudos.E submetem-se à DISCIPLINA.
E posteriormente até seguem carreira...Ainda bem.
Agora eu pergunto: E com os políticos não deveria ser igual?
Mas na verdade é justamente a antítese daquela situação.
Tenho observado que a tal carreira polítca, ultimamente lança mão duns artefatos estranhos. Menos da VOCAÇÃO.
Eu explico: Aqui no nosso meio, para se tornar alguém com potencial elegível, não é necessária vocação alguma, apenas ter realizado algo notável, e não necessariamente louvável. E quanto menos louvável...melhor.
Tenho a impressão que quando alguém não dá lá muito certo fora da política, então tenta adentrar suas portas para se estabelecer...na vida, o que me parece ser o caminho mais fácil e mais rentável.
Respeito óbviamente algumas raríssimas e dignas exceções.
E quais seriam os feitos notáveis? Lembro-me de alguns mais recentes: Participar do Big Brother (uma vocação excepcional, a serviço da HUMANIDADE), ter um bum-bum famoso e espetacular, saber rebolar, seduzir políticos, tirar a roupa na Play Boy, entender de sexualidade, furtar objetos em cemitérios, obstruir a cabeceira das pistas dos aeroportos, fazer poesia da pobreza, saber dar lindos laços de fitas, ser campeão em algo que em NADA tem a ver com política...enfim são os fatos mais curiosos dos quais me lembro no momento.
E o mais interessante é que canditatos a candidatos desse "naipe", disparam nas pesquisas, ganham postos políticos e muitas vezes se tornam "vitalícios" no poder. E para defender...o quê?
Lembro-me dum recém eleito bem famoso que ao ser arguido sobre o que faria no congresso respondeu:"nada,como sempre...".E isso foi publicado como resposta "inteligente"! E lá está ele, inteligentemente fazendo exatamente isso!
Claro que sou democrata.MAs a democracia deveria ser entendida como amplos caminhos para a igualdade de condições...para tudo e para todos! E não uma mera brincadeira inconsequente.Até entendo que faz parte do amadurecimento político, da representação "das minorias"...mas a que preço, hein? Não considero que uma nação possa se dar ao luxo de experiências mirabolantes.
Já imaginaram um batalhão de soldados sem treino a desertarem dalí, e sairem correndo, justo na linha de batalha?
Fico então me perguntando: Por exemplo...se para ser político fosse necessário "servir" no Congresso, e nas demais câmaras e assembléias do país, a título de convocação para prestar verdadeiros "SERVIÇOS A NAÇÃO" a custos MÓDICOS e compatíveis com o sustento da dignidade humana...será que haveria vocações candidatas aos cargos?
Fica aí a pergunta para quem souber respondê-la!