PONTO MORTO

Eu quis me esconder de tudo em algum buraco desse mundo ou, quem sabe, longe dele onde nem o vento viesse com seu toque manso me tocar à pele e os pensamentos me fossem absorvidos da mente e também que as angústias do peito se mantivessem absurdamente longe. Não queria sentir a luz e calor do sol ou brilho que eu tanto amava ver da lua, que era o meu amor. Eu estava desmedidamente cansado e a minha mente carecia de um socorro, de um descanso, de um ponto morto.

Dentro de mim só havia um silêncio que gritava grosseiramente alto e, sem opção, eu seguia pelo compasso dessa antítese fatigante e infindável. Uma chateação era ter a obrigação de tentar ser firme quando até a alma doía e toda esperança esvaía-se. Uma tortura severa e sem fim que me fazia companhia do amanhecer ao anoitecer, esgotando a cada minuto o que poderia vir a ser uma fagulha de vida.

Antes de chegar a tal ponto, eu quis ficar, mas meus pés não se firmavam no chão e não havia como tecer uma caminhada se eu não conseguia me levantar.