Das firmes instabilidades
Minhas mãos tecem rusgas de cenas que eu não desejaria ter visto. No entanto, repetidamente, cai sobre mim o lençol de tua malícia em olhos e de tua inconsistência em lábios.
Minhas mãos tecem réstias, mas eu desejaria estar sólida, eis que meus pés não pisam felizes em chão pantanoso. No entanto, divago bailando por entre produtos que não desejaria consumir: tu, que embebeda o meu sentido e não sacia a minha fome de nuvem carregada.
Quisera minha teia não fosse de sonho, e quem sabe dos meus olhos jorrariam certezas, ao invés de bifurcação. No entanto, estou enredada em tua teia sobre a qual não se pode escrever, dado que tua chuva não me bebe, nem me alimenta; antes, me aprisiona em névoa, vento, ordem e mãos, que nunca chegam à minha cintura [mas ao resto]. Apalpam meus nadas.