Epistolografias dos mortos não exziste?

“Este dia será o meu último dia; e se acaso o não for decerto que meu fim já não está distante!” L.A. SENECA, Cartas para Lucídio

 

     Para alguns, a morte é a finitude, para outros, esperança, mas para Sêneca ela é ao mesmo tempo fundamental e irrelevante, fundamental pois deve ser mantida no nível da consciência, contrariando o impulso natural que constitui a mente humana, sempre propensa a buscar formas de contornar a inexorabilidade da morte e sua tendência ao vazio.      Podemos pensá-la constantemente a fim de estimular a atenção com o presente, pois seres tão frágeis não deveriam almejar o futuro, encarando-o como se pudesse ser de fato o último dia. 

     

   A produção epistolográfica de Sêneca expõe a doutrina neoestoica para compreender de que modo a humanidade se relaciona com a vida a partir da maneira que escolhe para lidar com a morte e desta forma promover uma contextualização da produção epistolográfica de Seneca com foco nos comportamentos diante da finitude.

 

   Existe uma ligação entre a vida e a morte, de maneira que seria impossível entendê-las separadamente, principalmente pela imaterialidade desta. A morte é, em última instância, um estudo da vida, seja para se buscar sua perpetuação ou para vivê-la intensamente, é tudo o que se tem de maneira concreta, portanto é o único cenário possível de ser contemplado.

     Você pode escrever cartas para os mortos, mas nada garante que eles vão receber, sem recorrer à metafísica, que para Nietzsche, era uma forma niilista de viver, afinal Amor Fati!

     

 

LucianaFranKlin
Enviado por LucianaFranKlin em 24/02/2023
Reeditado em 24/02/2023
Código do texto: T7726633
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