À paciência...

Acaso você diz que escorreu, que foi pro ralo e que acabou. Ao passo que tudo resume-se ao início para um recomeço. Eu me faço presente para que você possa crer, para que veja aquilo que esteve oculto todo este tempo, e para que possa um dia, ao partir, receber um reles ''obrigado'', um ''adeus'', ou quem sabe ao menos um beijo de despedida...

Foi tudo um sonho lindo?? Não...

Foi tudo um terrível pesadelo?? Não...

A vida oscila, dá voltas e giramos junto. Nada é eterno, nada é pra sempre, se ganhamos perdemos, se perdemos ganhamos, ou perdemos novamente, é o... Quem decide? Sou eu?? É você?? Há uma força maior por trás de tudo e de todos?? Há o que chamamos de fé??? Por que devo indagar tudo isso?? És mais intenso que parece...

No interior de cada um se faz um mundo, atroz e desbravador. Mas esse mesmo mundo se contrasta com uma porção de idéias que tentam colocar dentro de nossas mentes. Idéias tolas, idéias úteis, mas simples idéias que possam expressar o que cada um sente ou como se sente em relação ao que acontece com pessoas que gostamos. Tornarmos algo relevante nunca é à toa, por simples brincadeira. Sempre há algo por trás de uma escolha, de uma decisão. Perdemos muito nos importando com essas ''intenções''...

Há quem diga que se sente feliz se produzindo, tentando se encher de maquiagem e cremes, há outros que pouco se importam com tais tentativas, pois aceitam e até preferem mostrar-se naturalmente sem artificialidades. Quem se vê belo num espelho muitas vezes se engana, pois o espelho reflete apenas seu exterior, deixando de lado o mais importante e necessário, ou seja, o interior de cada um.

E volta aquela velha conversa do ''importar-se com o interior das pessoas, com a beleza oculta e coisa e tal'', mas não é isso o importante, não é cansar e chatear as pessoas com essas máximas de que todos ignoramos características e nos ocupamos única e exclusivamente com sentimentos. Há beleza em tudo?? Quem sabe... Há defeitos em tudo?? Depende do que se analisa...

Quando estamos tristes, um outro ''alguém'' toma conta de nós. Creio que esse é o nosso verdadeiro ''ser’’, pois são nesses momentos de abatimento que esquecemos as faces, as máscaras, os erros, as perfeições, os excessos e tudo mais que for irrelevante. Só nesses momentos vemos o quanto somos ridículos ao trocar um abraço por uma festa, o quanto somos fúteis ao trocarmos um beijo por uma chantagem, o quanto somos ''baixos’’ ao trocarmos uma tarde na casa dos avós por qualquer coisa que possa pensar nesse momento...

Há momentos que se tornam irreais. Parecem sonhos em que temos impressão de já termos vivido aquilo anteriormente. Há momentos que estamos desconsertados, perdidos e angustiados. Há momentos que nos ferimos sem motivo, que nos machucamos simplesmente para tentar aliviar outras dores e dificuldades, sem saber (ou melhor, sabendo, mas sem querer aceitar), que estamos apenas aumentando o sofrimento e a dor. Há momentos que gostaríamos de esquecer, mas quanto mais tentamos esquece-los, mais presentes tornam-se em nossas vidas.

Agora me pergunto por que estou escrevendo tudo isso? Com que pretensão? Com que objetivo? Nada me vem à cabeça a não ser o excesso de nada e a falta de tudo. O que me move não são artefatos, modas, máximas, ditados, frases feitas, ídolos, facções, conjuntos, censos...

Há uma porção de predicados, de conclusões e de outras maneiras para expressar o que estou sentindo, mas creio que escrevendo serei melhor compreendido e entendido por todos.