Espera
Pensando na sua chegada, vivo sua partida.
Despedidas sem esperança dói a alma.
Vivo tempos de espera, embora o tempo já escorra pelas mãos como areia no vazio das coisas.
Aprendi a ser só quando não houve mais tempo.
O tempo escaceia as horas.
A vida suplica os segundos.
E eu tateio os minutos.
Reverencio a luz que entra pela janela.
O mar se move lentamente nas minhas veias.
Os cargueiros ao longe revelam trabalhos distantes de casa.
Percebo alegria nas crianças a beira-mar.
Fantasio conchas coloridas em pequeninas mãos.
Sinto saudades da criança que fui subindo em árvores e brincando na chuva em poças de água.
Ilumino a noite a espera do dia.
Agora o relógio trabalha e eu reflito...
Penso em você!..