UMA FENDA NO UNIVERSO: janela introspectiva entre aquilo que a mente vê e os olhos não alcançam
O pensamento, o som, a luz e o tempo irrompem,
numa velocidade estonteante, barreiras físicas,
intransponíveis aos olhos, articulados, sobretudo,
sob a leveza da natureza ou do inamovível poder da mente.
Referidos institutos, entre a fenda que abrem no universo
e a breve recomposição dessa, não deixam sequer vestígios
da poeira ou rastro em jornadas tão desafiantes e impetuosas.
A elasticidade diária da mente para retroceder o ontem,
no encarte da nostalgia, e a evocação inexorável realista
para estar no hoje, sem embargo da perspectiva profética
para projetar o amanhã, ratificam Einstein na ecleticidade
dos teóricos buracos universais para regressão e antecipação do tempo.
O barulho de astros e estrelas, que nascem ou morrem
diariamente, emitem ainda luzes repercutindo nos céus
sob a ilusão ótica do infinito, como se vivas estivessem,
para corroborar o universo em expansão, frutificando,
a cada segundo, numa infinitude, rumo a lugar nenhum,
ou a lugar sempre conhecido, ironizando a limitação humana.
Os quarks, na simbiose de núcleos atômicos, elétrons e prótons
pululam na atmosfera, sob a égide da metamorfose
quântica de energia embrionária para novos corpos.
Compreende-se, por isso, a hipnose, levitação, enfim, a metafísica
mitigando Newton na teórica atração de corpos pelo solo.
A mesma energia condensada para combustão destruidora
de ecossistemas e biodiversidades é a mesma para solidificação
pelo frio. A linha tênue entre ambas, situa-se na Causa
primária ou Inteligência suprema, que rabisca, conduz,
de forma onisciente e onipresente, a sincronia universal.
O relógio do tempo, sem baterias, continua sem equivocar
o amanhecer, anoitecer, estações, o nascimento e o óbito.
O sacolejo diário da terra, sob um eixo caprichosamente torto,
entre as danças ou balés de rotação e translação,
não articulam tsunamis diários dos oceanos sobre os Continentes.
No êxtase da paixão, com a explosão de milhares de gametas,
o magnetismo em prol do esperma sobrevivente continua desafiando
comunidades científicas, no mesmo passo em que gera
inquietações sobre a noção de certo e errado
que habita seres nascentes desde o limiar existencial.
Enquanto isso, nos jardins e pátios das escolas espaciais,
Mozart permanece compondo escalas musicais sublimes,
em partituras melódicas, que tencionam imitar a voz de Deus.
Me. Zilmar Wolney Aires Filho