Mais do Mesmo
O que sinto agora é vazio.
Quereria preenchê-lo
Com minha própria existência.
Pois sinto que, pouco a pouco, estou perdendo o controle.
Preciso me sentir em movimento,
Constatar que estou viva.
É como se corresse por um caminho sem fim
Fugindo de tudo aquilo que não quero para mim,
Sinto falta de ser minha amiga.
De estar em acordo com aquilo que eu sou
Mas, quem sou eu agora?
Um esboço?
Um rascunho quase rasgado,
Pronto para ser jogado?
Não me sinto digna de ser passada a limpo.
O que me resta,
Se não o calor das borrachas?
O toque afiado,
E pontiagudo de um lápis.
Me resta escrever, reescrever.
Aceitar que talvez
a folha em branco
Pronta para registrar somente aquilo que quero dizer
Seja só mais uma história,
(I) real de final (in) feliz.