Herança maldita x herança bendita

Herança maldita x herança bendita

Félix Maier

[Formatação avançada: http://felixmaier1950.blogspot.com/2022/12/heranca-maldita-x-heranca-bendita-por.html]

O ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida, postou no Twitter, no dia 22/12/2022, um vídeo, apresentando as obras realizadas pelo Governo Jair Bolsonaro, que ele chama de “herança bendita”.

Foi importante resposta do ministro ao “Relatório Final” do Gabinete de Transição Governamental do futuro Governo Lula da Silva, apresentado pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin no dia 22/12/2022. O Relatório elenca uma enorme lista de problemas deixada pelo atual Governo, elucubrando sobre uma “herança socialmente perversa e politicamente antidemocrática deixada pelo governo Bolsonaro, principalmente para os mais pobres” - cfr. em https://static.poder360.com.br/2022/12/Relatorio-final-da-transicao-de-Lula.pdf.

Quando Lula recebeu a faixa presidencial de FHC, não se cansou de falar em “herança maldita” que havia recebido de seu antecessor, que foi também o seu maior cabo eleitoral. Lula nadou de braçada, com mar de marolinha, especialmente no primeiro governo (2003-2006), devido ao crescimento fantástico da China, para onde o Brasil vendia cada vez mais commodities, como os do agronegócio e mineração, com saldo altamente positivo nas exportações.

Em 6/6/2005, surgiu o escândalo petista do “Mensalão”, denunciado pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson. “Mensalão” era uma “mesada” presenteada mensalmente a parlamentares, para aprovação de atos do governo Lula. Uma linha do tempo, criada por Memória Globo, irá refrescar a lembrança dessa primeira start up petralha - cfr. https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/coberturas/mensalao/noticia/mensalao-cronologia-do-caso.ghtml. Nesse tempo, surgiu o neologismo “petralha”, criado pelo jornalista e escritor Reinaldo Azevedo, que é a combinação das palavras “petista” e “irmãos Metralha”. Sobre a generalizada corrupção petista, Azevedo escreveu dois best sellers (*): “O País dos petralhas” (2008) e “O país dos petralhas II - O inimigo agora é o mesmo” (2012).

A segunda start up de sucesso petralha foi o “Petrolão”, um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, ocorrido durante os governos Lula da Silva e Dilma Rousseff, que “envolvia cobrança de propina das empreiteiras, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e superfaturamento de obras contratadas para abastecer os cofres de partidos, funcionários da estatal e políticos”. Um resumo desse novo assalto petralha, que ocasionou um prejuízo à estatal de R$ 42,8 bilhões, pode ser conferido em https://www.infomoney.com.br/colunistas/economia-e-politica-direto-ao-ponto/especial-resumao-completo-sobre-a-operacao-lava-jato-e-o-petrolao/. A roubalheira petralha quase levou a Petrobras à falência.

Nos últimos 5 anos, durante os Governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, houve recuperação fantástica da Petrobras, com lucro recorde de R$ 44 bilhões no primeiro trimestre de 2022, R$ 54,3 bilhões no segundo trimestre e R$ 46 bilhões no terceiro trimestre.

Com a eleição de Lula da Silva, ocorrida em 30 de outubro, até a data de 14/12/20022, a Petrobras já havia perdido R$ 117,6 bilhões em valor de mercado. Essa desvalorização “salta para R$ 189,5 bilhões se comparado à semana anterior ao resultado das eleições, quando a estatal havia atingido o maior valor de mercado de sua história” - https://exame.com/invest/mercados/petrobras-petr4-perdeu-mais-de-r-100-bilhoes-em-valor-de-mercado-desde-eleicao-de-lula/.

Segundo o JPMorgan, há a expectativa do Ibovespa chegar a 130 mil pontos em 2023. No entanto, após falas desastrosas do presidente eleito, no início de novembro de 2022, criticando o mercado de capitais e políticas de responsabilidade fiscal, o Ibovespa perdeu R$ 247,8 bilhões em valor de mercado, em dois dias seguidos de quedas, caindo para 109 mil pontos.

Essas oscilações do mercado ocorrem devido à caixa preta que é o futuro governo Lula da Silva, que não apresentou plano de governo durante a campanha presidencial e se comporta, depois de vencer as eleições, como se tivesse recebido um cheque em branco de seus eleitores. São um termômetro do atual momento político brasileiro, em que um governo que se notabilizou por uma corrupção sistêmica e sistemática, durante mais de 13 anos, volta com força total para a cena do crime.

Nem é preciso lembrar a roubalheira petista ocorrida em outras estatais brasileiras, além de Banco do Brasil, Correios e Petrobras (inclusive o roubo de seus fundos de pensão), assim como as obras superfaturadas feitas por empreiteiras “campeãs nacionais”, a exemplo da Odebrecht e da OAS, que beneficiou políticos de vários partidos, especialmente do PT, com malas e mochilas de dinheiro, inclusive escondido na cueca.

Também não vou lembrar a criação do Banco Popular do Brasil, realizado por Lula em 2003 para emprestar dinheiro sem garantia, deixando um prejuízo acima de R$ 144 milhões, o qual foi fechado sem alarde em 2008. A propósito, no primeiro ano de existência desse banco populista do “microcrédito”, os gastos com publicidade foram maiores do que suas operações de crédito - cfr. no Diário do Senado (2/4/2009) https://legis.senado.leg.br/diarios/BuscaPaginasDiario?codDiario=78&seqPaginaInicial=25&seqPaginaFinal=25.

Nem é preciso lembrar que o próprio Lula foi preso devido à corrupção passiva envolvendo o triplex do Guarujá e o Sítio de Atibaia. Os crimes de corrupção praticados por petistas são em grande número. Isso é história, está tudo registrado em ações judiciais, livros e revistas, não há como apagar esses “malfeitos”, ainda que o CPX STF/TSE venha a criminalizar e prender quem chame o “descondenado” de “descondenado”.

A apreensão dos brasileiros não é à toa. Não se trata apenas da volta de Lula e do PT ao governo, mas de todo o combo que virá junto, como sua relação com o Foro de São Paulo, criado por Fidel Castro e Lula em 1990 para comunizar toda a América Latina, a liberação de verba para os companheiros bolivarianos via BNDES, sem garantia de pagamento, uma aberração sem precedente vista no governo petralha do passado (cfr. em https://www.mises.org.br/article/1985/20-obras-que-o-bndes-financiou-em-outros-paises), os projetos totalitários prometidos para calar a voz dos políticos, jornalistas e youtubers conservadores, o controle dos meios de comunicação e o “revogaço” de pelo menos 61 atos realizados pelo Governo Bolsonaro.

Se há uma “herança maldita”, ela foi deixada pelo PT (https://www.youtube.com/watch?v=yULKqn6xe8I) aos governos Temer e Bolsonaro, que conseguiram reverter grande parte do desastre petralha em pouco tempo. Nem é preciso lembrar que Bolsonaro teve que enfrentar a pandemia da Covid-19 (2020-2022) e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia (2022), que tiveram consequências catastróficas em todo o planeta, e mesmo assim conseguiu rapidamente reverter o processo inflacionário no Brasil e diminuir o desemprego, que no momento está menor do que no governo Dilma Rousseff - cfr. em https://revistaoeste.com/economia/desemprego-esta-menor-que-governo-dilma/. Uma “herança bendita”, que Lula e o PT já estão tratando como “maldita”.

Pelo que se conhece do viés político totalitário do PT, nada indica que, após 4 anos do novo governo Lula, será legada uma “herança bendita” ao Brasil, pois a ideologia socialista sempre conduz uma nação ao desastre.

Voltemos ao início deste artigo.

No Twitter, afirma o advogado e economista Adolfo Sachsida que “pela primeira vez na história o Brasil terá inflação menor que nos EUA e crescimento do PIB maior do que a China. O nome disso é LEGADO”.

Conheça o “legado” ou “herança bendita” do Governo Bolsonaro na entrevista concedida por Sachsida à Jovem Pan News no dia 21/12/2022 - https://jovempan.com.br/noticias/politica/governo-bolsonaro-deixa-heranca-bendita-mas-pec-fura-teto-prejudicara-os-mais-pobres-diz-sachsida.html e publicada parcialmente no seu Twitter no dia 22/12 - https://twitter.com/asachsida/status/1605911176948330496.

Infelizmente, a “herança bendita” do Governo Bolsonaro não teve repercussão entre a população, devido a dois motivos, que certamente ajudaram a levá-lo à derrota na campanha presidencial:

1) a falta de uma comunicação adequada e eficaz de Bolsonaro junto à população brasileira, no que se refere às inúmeras obras deixadas após 4 anos de governo; e

2) o boicote sistemático da “grande imprensa” (Globo, Folha de S. Paulo, Estadão etc.), que não contabilizou nenhuma obra de relevância de Bolsonaro, apenas deu importância a algumas falas inadequadas do Presidente - cfr. em https://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/contraponto/acertos-de-bolsonaro-que-a-imprensa-nao-divulga-mas-o-povo-percebe-183216/.

Enfim, preparemos todos uma rede de proteção contra a queda no abismo, pois o tombo que o PT irá dar no Brasil nos próximos 4 anos é mais do que certo.

(*) Notas:

AZEVEDO, Reinaldo. O país dos petralhas (3ª. edição). Editora Record, Rio de Janeiro e São Paulo, 2008. Disponível para download em https://professordiegodelpasso.files.wordpress.com/2016/05/reinaldo-azevedo-o-pac3ads-dos-petralhas.pdf

AZEVEDO, Reinaldo. O país dos petralhas II – O inimigo agora é o mesmo (1ª. edição). Editora Record, Rio de Janeiro e São Paulo, 2012. Disponível para download em https://docs.google.com/file/d/0B7Kmav1S0xnaNVh6WHNFdnZTUmM/view?resourcekey=0-G7QMUgoP-4QaOPeFEd9dwQ