EU VIVO NO MUNDO DA SABEDORIA!

Krishnamurti, no livro "A Primeira e Última Liberdade", afirma: "A crença, invariavelmente, divide as pessoas: há hindus, budistas, cristãos, comunistas, socialistas, capitalistas e assim por diante. A crença e a ideologia dividem; nunca unem as pessoas. Podemos juntar algumas pessoas em um grupo, mas este grupo se oporá a outro grupo. Ideias e crenças nunca são unificadoras; pelo contrário, causam separação, desintegração e destruição".

Eu, um ser cujo nome neste mundo é Domingos Ivan Barbosa, digo: sim, é verdade. Hitler, por exemplo, usou as ideias de Nietzsche para matar milhões de seres humanos. Heidegger apoiou Hitler. Cristãos, seguindo ordens de um papa, fizeram guerras contra muçulmanos. Muçulmanos já mataram em nome de Deus. Seres humanos foram queimados vivos em fogueira por cristãos em nome de Deus. Hindus tornaram seres humanos intocáveis, impuros. Há pessoas que odeiam Tite porque o Brasil perdeu a Copa do Mundo. Outras pessoas odeiam Dunga. Outras pessoas odeiam William Bonner e Renata Vasconcellos. Há pessoas que odeiam outras simplesmente porque essas outras existem.

Já fui atacado verbalmente sem nunca ter atacado quem me atacou. Sou odiado por pessoas que deveriam ser gratas a mim durante a vida inteira.

Até quando o homem fica calado, o homem é atacado, o homem é odiado. Quando eu falava no seminário em São Luís, o reitor dizia que eu estava "arrotando sabedoria". Quando eu ficava calado, ele me chamava de antissocial. Ele queria determinar até o calçado que eu devia usar na Faculdade. Eu ia de chinelo para a Faculdade para mostrar que sou livre. Ele queria que eu fosse em algum grupinho para pegar o ônibus. Eu ia sozinho para a parada do ônibus. De onde surge o desejo de um ser humano dominar outro ser humano? Da ignorância. Da tolice. Da infelicidade de quem deseja determinar como outras pessoas devem viver.

O homem é atacado por ser plenamente feliz. Muitos seres humanos são tão apegados a suas opiniões e crenças que, segundo o seu condicionamento, ou código ideológico, ou padrão de verdade, é impossível que alguém seja plenamente feliz. Existem seres humanos tão presos em suas cavernas que não conseguem compreender que outras pessoas podem se sentir satisfeitas com saúde, trabalho, moradia, comendo arroz com abóbora ou feijão, comendo peixe, comendo banana, comendo mamão; tomando suco de cajá, tamarindo ou maracujá; sem usar bebida alcoólica, sem farra, sem se intrometer na vida alheia. Esses indivíduos presos em suas opiniões, crenças e ideologias não conseguem compreender que um indivíduo de pele escura, "pobre", "feio" e "dentuço" vive agradecendo diariamente e constantemente a seu Criador, Guia e Protetor a oportunidade de viver, sem reclamar de nada, sem pedir nada, contemplando a Vida, saboreando a Vida, gozando a Vida. Indivíduos insatisfeitos consigo mesmos acreditam que ninguém consegue ser satisfeito. Indivíduos insatisfeitos desejam que todos os seres humanos sejam insatisfeitos. Esses indivíduos não conseguem compreender que eu não preciso do que eles precisam; não conseguem compreender que eu não busco mais nada nesta vida, pois já tenho tudo aqui e agora. Quando eu digo tudo, o tudo para mim não é o tudo para esses indivíduos insatisfeitos. Mas esses indivíduos não conseguem compreender. Quanta ignorância! Quanta tolice!

Ó Lao Tsé! Ó Epicuro! Ó Buda Sidarta Gautama!

O velho Sócrates, olhando tantas coisas à venda no mercado de Atenas, dizia: "Vejam quantas coisas que estão à venda e das quais eu não preciso para ser feliz!".

Ó Joel S. Goldsmith! Ó Osho!

Ó Chuang Tzu, encontraram-te cantando até no dia em que tua esposa morreu! Mas tu não cantaste porque ela morreu, mas porque a Vida é bela! Ó Chuang Tzu, tu foste feliz a vida inteira! Ó Epicteto! Ó Marco Aurélio, o imperador-filósofo! Ó Sadhguru! Ó Mirdad! Ó Sábios da Humanidade!

Mas os tolos preferem acreditar que sabem, em vez de estudar, em vez de comer livros, em vez de investigar, em vez de meditar!

Nós não temos ideologia ou crença. Nós olhamos para a Vida e vivemos mergulhados na Vida! (palavras de um ser cujo nome neste mundo é Domingos Ivan Barbosa).

Pastos Bons/MA, 20 de dezembro de 2022.