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A interação entre a Maçonaria e Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo do Rei Salomão, como era chamada a Irmandade dos cavaleiros templários é difícil de ser comprovada por falta de documentos confiáveis. Entretanto, ela é citada por muitos autores maçons como se fosse um fato histórico cuja ocorrência não se põe em dúvida. Um pouco da história dessa estranha Ordem da Cavalaria fundada pelos cruzados em Jerusalém por ocasião da primeira cruzada pode nos ajudar a fazer uma ideia do como e porque essa interação é reivindicada pela Maçonaria como fonte importante da sua tradição e da sua própria origem´

     O fato é que no ano de 1095 da Era Cristã, um contingente de mais de cem mil pessoas saiu da Europa em direção à Jerusalém. Sua meta era tomar para a cristandade o famoso santuário que estava nas mãos dos muçulmanos. Na imensa mole humana que se deslocou a pé, a cavalo e de navio para a Palestina, cerca de vinte mil eram combatentes. O resto eram pedreiros, carpinteiros, padres, tanoeiros, armeiros e todo tipo de profissional ou mero aventureiro que esperava participar do butim que certamente haveria para ser distribuído quando os cristãos conseguissem conquistar JerusalEssa foi a chamada grande cruzada.

        A história oficial dessa que foi uma das maiores aventuras guerreiras de todos os tempos afirma que tal movimento ocorreu em razão da fé, pois o espírito cristão não suportava ser afastado dos lugares onde as relíquias sagradas do fundador da sua crença estavam depositadas. Jerusalém, a cidade onde Jesus foi crucificado, onde sofreu e morreu pelo resgate da humanidade, não podia continuar na mão dos infiéis que massacravam e impediam que os devotos da verdadeira fé a visitassem para professar sua crença nos lugares onde os acontecimentos que a justificavam aconteceram. [1]

        Então, a Igreja de Roma, apoiada pelos barões do Ocidente, resolveu marchar para o Oriente em defesa da sua fé. Histórias de tortura e massacre dos cristãos pelos muçulmanos foram contadas pela Europa toda, provocando uma comoção tão grande que logo os barões assinalados e o povo sem nome se ajuntaram em praça pública e gritaram em uníssono: Deus o quer. E assim um povo inteiro se pôs em marcha para lutar em defesa de sua fé.

       Hoje se sabe que os motivos que impulsionaram esse formidável movimento não eram exatamente aqueles que seus idealizadores elencaram para fazer os crédulos e ignorantes cavaleiros se mobilizarem para essa grande aventura. Ou seja, que tudo seria feito pela fé.  Para começar, os motivos alegados para essa cruzada não eram verdadeiros. Na verdade, os líderes do Islã, até aquele momento da história ― fins do século XI - eram extremamente tolerantes com os cristãos e os judeus. Relatos de uma pacífica convivência podem ser lidos em crônicas da época, inclusive do historiador oficial da Igreja de Roma, Fulk de Chartres, que viveu na corte de Balduíno I, o primeiro rei cruzado de Jerusalém.

      Na tradição muçulmana, Jesus era considerado um grande profeta, quase tão importante quanto Maomé. Embora não o cultuassem como filho de Deus, como faziam os cristãos, nem acreditassem que tivesse morrido para salvar a humanidade e no terceiro dia ressuscitado, ele era bastante respeitado como um homem de Deus. Assim, não custava tolerar a crença dos seus seguidores e permitir que visitassem seus lugares santos. Até porque, ontem como hoje, o povo de Jerusalém sempre viveu do lucrativo comércio que a cidade santuário proporciona. Dessa forma, não há registros de conflitos mais sérios entre cristãos e muçulmanos antes das cruzadas. Esses conflitos eram mais comuns com os judeus do que com os adeptos do Islã.

       Assim, e difícil explicar as cruzadas sem analisar o ambiente vivido pelos europeus em fins do século X e início do século XI. Nessa época a Europa vivia em meio à pobreza e à ignorância. Pobreza causada pela destruição da civilização urbana herdada do império romano e ignorância disseminada por uma doutrina religiosa que via no desenvolvimento do espírito humano uma afronta à vontade de Deus. Era assim que a Igreja medieval conformava a vida do povo. Buscar a felicidade através dos bens materiais era pecado. O sexo, praticado com prazer, era pecado. O caminho do céu só podia ser trilhado por quem evitasse cometer os sete pecados capitais: Gula, Avareza, Inveja, Preguiça, Soberba, Ira, Luxúria. É evidente que esses pecados capitais eram perdoados aos nobres e aos membros do clero, pois estes eram os únicos que tinham comida demais e condições para serem avarentos, preguiçosos, invejosos e soberbos. Mas o homem do povo, quando os praticava, ia direto para o inferno.

      Onde estava a porta de fuga para escapar desse ambiente de pobreza e ignorância? No Oriente Médio, entre os povos que não professavam esses credos e podiam, livremente, comerciar e buscar os prazeres materiais sem o temor de ofender a Deus. No império fundado pelos muçulmanos e nos territórios que eles compartilhavam com judeus e cristãos ortodoxos, conhecidos como bizantinos, não era pecado ser rico e a felicidade na terra não impedia que a pessoa pudesse entrar no céu depois da morte. A vida na terra não era vista como uma jornada de expiação, onde quanto mais se sofresse, mais chances se teriam de obter um lugar no paraíso. Por isso, na Europa dominada pelo pensamento católico, o termo “bizantino” era sinônimo de pessoa vazia, libertina, folgazã.  

     Os muçulmanos eram considerados infiéis e matar um infiel não era pecado, pregavam os padres. Ao contrário, era o caminho mais curto para o céu. Quem morresse defendendo os Lugares Santos tinha entrada livre no céu. E assim garantidos, os zelosos cristãos da Europa marcharam em massa para libertar Jerusalém do domínio dos infiéis. Mas antes saquearam Constantinopla e outras cidades do Império Bizantino, além de vários domínios muçulmanos. Saqueando e pilhando por onde passavam, os cruzados levaram quatro anos para chegar às portas de Jerusalém, em 7 de junho de 1099, coincidentemente, uma Sexta-Feira Santa. Depois de mais um mês de cerco e após um pavoroso massacre da população local, em 14 de julho daquele ano, os cruzados assumiram o controle total da cidade. Estima-se que cerca de 40.000 pessoas, entre muçulmanos, judeus e cristãos ortodoxos foram mortos pelos cruzados por ocasião da tomada da cidade.

   Há quem sustente que o verdadeiro objetivo dos cruzados era bem diferente desses profanos motivos acima citados. Na verdade, o que eles queriam era mesmo implantar um reino univer-sal cristão, governado pelos legítimos descendentes de Cristo.

    O pressuposto que fundamenta essa tese é a tradição existente em algumas regiões da Europa, especialmente no norte da França, na região da Alsácia Lorena e no sul daquele país, mais propriamente na região do Languedoc, de que Jesus e Maria Madalena eram casados e teriam tido uma filha chamada Sara, que foi criada na França e teria se casado com um nobre da terra, dando origem a uma das mais tradicionais famílias do país. Essa família, ao longo dos séculos, teria se rami-ficado em diversas casas nobres da Europa. No século VI a família de Jesus teria dado origem aos primeiros reis franceses, da linhagem dos Merovíngios. Em fins do século XI, época em que aconteceu a primeira cruzada, essa família estava representada pela casa de Lorena, cujo chefe era o barão Godofredo de Bulhões. Essa tese sustenta que Godofredo de Bulhões seria descendente consanguíneo direto de Jesus. Jesus, na verdade, por ser descendente de Davi, era o herdeiro do reino de Israel e sua crucificação se dera por motivos políticos e não religiosos, como afirmavam os evangelhos. Teria sido uma conspiração urdida pelos sacerdotes judeus para evitar que os Jesus e seus partidários promovessem uma revolta contra os romanos para colocar no trono um legítimo descendente de Davi. Dessa forma, recon-quistar Jerusalém e realizar o sonho pelo qual Jesus foi crucificado era a verdadeiro motivo das cruzadas.[2]

      Quando os cruzados capturaram Jerusalém, em 1099, Godofredo de Bulhões era o comandante da cruzada. Logo após a captura da cidade foi fundado o reino de Jerusalém, chamado de o Reino da Consciência, ou o Reino dos Céus na terra, como o próprio Jesus chamava o seu futuro reinado. A coroa do novo reino foi entregue ao irmão de Godofredo, Balduíno, que se tornou o primeiro rei de Jerusalém.

      Em 1104, o rei Balduíno encomendou a oito cavaleiros franceses, da região da Champagne, um curioso e ultrassecreto trabalho: escavar alguns locais de Jerusalém em busca de documentos e outras provas que confirmassem a condição de Jesus como legitimo herdeiro do reino de Israel, bem como de sua condição de casado e que teve filhos.

Esses cavaleiros trabalhariam sobre o disfarce de uma Ordem de Cavalaria chamada Pobre Cavaleiros de Cristo e do Templo do Rei Salomão. Sua sede seria os estábulos do antigo Templo do Rei Salomão. Para que não se desconfiasse de seus verdadeiros objetivos, foi proposto que eles se apresentassem como guardiães das estradas. Nascia, assim, em 1104, e não em 1118, como sustenta o historiador Guilherme de Tiro, os famosos cavaleiros templários.

       Documentos, relíquias e outros artefatos provando a veracicidade dessa tese ─ a de que Jesus era legítimo herdeiro do reino de Israel, que era casado e deixou herdeiros― foram encontrados por esses cavaleiros. E esse achado constituiu o verdadeiro tesouro dos templários. Entre essas relíquias estaria o Santo Sudário que está depositado na Catedral de Turim. Esse foi o verdadeiro motivo pelo qual os templários se tornaram tão ricos e poderosos, política e economicamente. Durante quase dois séculos eles se constituíram numa espécie de terceiro poder em toda a cristandade, desafiando até a autoridade dos reis e da Igreja.

      Assim, o tesouro dos templários era o seu próprio segredo. Eles conheciam a verdadeira história de Jesus. Encontraram seus restos mortais e os de sua família. Descobriram que ele foi um homem comum, que morreu por objetivos políticos e não era um deus, como a Igreja pregava. Que não nasceu de uma virgem, que não ressuscitou de verdade. Que tudo foi uma armação política que não deu certo. Que teve descendentes que agora postu-lavam a sua herança. Isso incitou a sua rebeldia, os fez renegar os dogmas da Igreja e assumir doutrinas heréticas e estranhas às defendidas pelo Vaticano.

Segundo as atas do processo que a Igreja moveu contra eles em 1307, eles renegavam Cristo, cuspiam na cruz, praticavam estranhos ritos que contrariavam os principais postulados do cristianismo.

E mais. O Vaticano teve que comprar o seu silêncio durante quase dois séculos. Pagou por isso altíssimas somas em dinheiro, possessões e poder. Por isso os templários se tornaram tão poderosos e acabaram se constituindo numa grave ameaça à Igreja e aos poderes constituídos. Esse foi o motivo da supressão da Ordem e da execução dos seus líderes.

Depois das cruzadas se espalharam pela Europa as histórias do Santo Graal. O Santo Graal, na imaginação popular, era a taça usada por Jesus na ceia Pascal. Segundo algumas tradições, José de Arimatéia colheu nela um pouco do sangue de Jesus, vertido na cruz, e o guardou como relíquia sagrada. Mas na verdade o Santo Graal, era o filho que ele teria gerado com Maria Madalena, o qual José de Arimatéia teria salvado levando-o para a França. O Santo Graal, efetivamente, era o “sangue real”, repre-sentado pelo filho de Jesus, que crescia no ventre de Maria Ma-

dalena.[3]

      Destarte, o tesouro dos templários era uma ideia, uma crença e uma esperança. Essa esperança era a de que, um dia, o reino dos céus pudesse, efetivamente, ser instalado na terra, sob o governo dos legítimos descendentes de Cristo. E esse foi o motivo das cruzadas e a razão da fundação da Ordem dos Templários, pois se esperava que eles viessem a se constituir no braço militar do novo reino. Por isso eram chamados de "a milícia de Cristo".

 

       Há pouca evidência histórica de uma ligação direta entre a Ordem do Templo e a Maçonaria, enquanto instituições. A única referência documental encontrada nos registros templários se refere aos pedreiros livres, referidos por Bernardo de Clairvax, redator do estatuto da Ordem, como os “construtores” que deveriam acompanhar os cavaleiros para erguer suas preceptorias, castelos e fortalezas. Assim, verifica-se que os templários, bem como as demais ordens de cavalaria, mantinham em suas organizações pessoas ligadas ao ramo da construção civil, os quais, segundo os registros mais antigos da Maçonaria, deram origem à sua tradição.

       Com isso podemos dizer que a ligação Maçonaria-Ordem do Templo revela mais um vínculo espiritual do que formal. Esse vínculo vem do fato de ambos os grupos serem sócios da mesma tradição, dos mesmos elementos de culto e da mesma esperança messiânica. Além disso, ambas cultivavam a gnose como filosofia e as virtudes cavalheirescas como prática de vida.

Há muitos questionamentos a serem levantados quando se fala dessa interação. Ela passa principalmente pela política e pela história de países como Inglaterra, França, Alemanha, Portugal e Escócia, principalmente, onde os proscritos cavaleiros da Ordem do Templo, após a sua dissolução, orquestrada por Filipe IV, rei da França, e pelo papa Clemente V, buscaram abrigo e homizia. Sabe-se que na França e na Inglaterra a maioria dos templários sobreviven-tes encontrou abrigo na Ordem homônima dos Cavaleiros do Hospital de São João, instituição fundada em Jerusalém, na mes-ma época da Ordem dos Templários. E que nos territórios da Alemanha e no norte da Europa (Suécia, Ucrânia, Polônia, principalmente) eles se homiziaram junto aos Cavaleiros Teutônicos, seus congêneres naquela parte da Europa. Em Portugal encontraram abrigo junto aos reis portugue-ses, os quais, por tradição, faziam parte da Ordem do Templo desde as primeiras cruzadas. O Infante Afonso Henriques, fundador do reino português, era cavaleiro templário, tendo doado à Ordem várias propriedades em terras portuguesas, inclusive o famoso castelo de Tomar. E na Escócia, o rei Robert, The Bruce, foi um dos principais defensores da Ordem do Templo, tendo inclusive contado com uma tropa de cavaleiros templários na famosa batalha de Bannokburn, quando a Escócia conquistou sua liberdade vencendo as tropas inglesas do rei Eduardo II.[4]

        As mais antigas tradições ligando os motivos da cavalaria aos ideais maçônicos são ingleses e escoceses. Os manuscritos maçônicos falam de Atelsthan, rei escocês em cujo reinado teria se iniciado a tradição de se conceder aos pedreiros livres um status de cidadãos do mundo, permitindo que eles andassem livremente pelo reino, aplicando suas ideias na arquitetura e na própria organização de suas profissões. Essa estrutura seria copiada depois por outras guildas de profissionais, espalhando-se pela Europa como uma verdadeira tradição. E da estrutura da guilda dos pedreiros livres teria se originado a Maçonaria operativa, que mais tarde, através da absorção dos intelectuais perse-guidos pela Igreja, deu origem ao que hoje chamamos de Maçonaria especulativa.

     Na origem de tudo isso estariam, naturalmente, os templários. Eles teriam dado um “start” de rebeldia contra o monopólio que a Igreja exercia sobre o pen-samento ocidental, o que faria deles uma espécie de paladinos da liberdade de pensamento que mais, tarde, já no século XVII, no auge das guerras religiosas, iria nortear o pensamento maçônico. Assim, a ligação templários e maçons aparece na literatura e no ideário popular como uma interação comum e necessária entre duas instituições que no tempo e na proposta ideológica trilharam o mesmo caminho. Nada mais lógico que os maçons espiritualistas do século XVIII tivessem adotado esses cavaleiros como seus antecessores espirituais e a Igreja visse na Maçonaria o mesmo perigo que ela viu nos templários.

        Todavia, não podemos esquecer que existe também uma ligação simbólica bastante visível entre a Maçonaria e a Ordem dos Cavaleiros do Hospital de São João, conhecida como Ordem dos Hospitalários. Essa Ordem, que foi fundada pelo filho do rei de Rodes, João, o Esmoleiro, na mesma época da Ordem dos Templários, era responsável pela prestação dos serviços de saúde e abrigo aos peregrinos que iam à Jerusalém. Com o tempo e os acontecimentos, ela também se tornou uma organização muito rica e importante para o empreendimento dos cruzados e mais tarde, na estrutura dos reinos europeus. Política e militarmente os hospitalários se tornaram rivais dos templários e se tornaram tão ricos e poderosos quanto eles. Com a dissolução da Ordem do Templo assumiram as funções e os bens dos templários e continuaram a servir a população dos reinos europeus, especialmen-te na área da saúde. Provavelmente é à Ordem de São João do Hospital que o Cavaleiro Ramsay se refere em seu famoso discurso. Essa Ordem ainda hoje é referenciada na Maçonaria através da tradição do” hospitaleiro”, ou seja, o Irmão que recolhe as contribuições que deverão ser aplicadas nas ações filan-trópicas da Irmandade.[5]

Historicamente, essa organização ainda existe com o patrocínio do próprio Vaticano, através da Ordem dos Cavaleiros de Malta. [6]

(do nosso livro Conhecendo a Arte Real- A maçonaria e suas influencias históricas e filosóficas. 2º Edição


[1] Na imagem, o Concílio de Clermont, no qual o Papa Urbano II lançou a primeira cruzada. Fonte: Enciclopédia Barsa.

[2] Na imagem1 o barão Godofredo de Bulhões, comandante militar da primeira cruzada e suposto descendente de Jesus Cristo. Fonte: Enciclopédia Barsa.

[3] Vide a esse respeito a curiosa obra de Baigent, Leigh e Lincoln. The Holly Blood and The Holy Grail, Ed. Arrow, Londres, 1966.

[4] Na imagem 2, o autor em visita à fortaleza de Tomar, sede portuguesa dos cavaleiros templários. Tomar é uma das mais bem conservadas construções templárias da Europa, onde se pode visualizar bem como viviam os membros dessa famosa e estranha ordem religiosa militar, que ainda hoje, provoca tanto interesse entre os estudiosos do tema. Fonte: Templários, os Santos Malditos, João Anatalino, ED. 24x7- 2021 - Foto: Maria Amélia Rodrigues.

[5] Na imagem 3, os cavaleiros de São João do Hospital em combate contra os sarracenos. Pintura de Dominique-Louis Papety (1815 - 1849) – fonte Ishaan Tharor Friday, May 06, 2011-Revista Time.

[6] A Ordem de Malta, cujo nome original é Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, foi fundada por padres beneditinos durante as cruzadas, para dar continuidade aos serviços médicos e hospitalares prestados pelo monge João, o Esmoler. Mais tarde tornou-se uma Ordem militar cristã, com regra própria, encarregada de assistir e proteger os peregrinos que iam a Jerusalém. Adotou São João Batista como santo padroeiro. A Ordem de Malta é hoje uma organização humanitária ligada ao Vaticano, que dirige hospitais e centros de reabilitação. Com cerca de 13 500 membros e 80 000 voluntários permanentes, emprega 42.000 profissionais da saúde, que se dedicam ao atendimento dos idosos, deficientes,  refugiados, crianças em situação de vulnerabilidade, pessoas sem-teto e com doenças terminais, além de portadores de hanseníase (através da Ordem de São Lázaro). Atua nos cinco continentes do mundo, e hoje pratica o ecumenismo religioso. sem distinção de raça ou religião. Para mais informações a respeito vide Bertrand Galimard Flavigny Histoire de l'Ordre de Malte, Perrin, Paris, (2006). Quanto à interação das Ordens militares com a Maçonaria vide Burman, Edward. Templários, Os Cavaleiros de Deus. Rio de Janeiro, Ed. Nova Era, 1986.