GARIMPAGEM
Palavras são meteoros do genuíno big-bang, no exato momento de magnitude zero, explosivas de densidades, enternecidas de lucidez.
O poeta-leitor é quem dá vida ao Poético, o seu primeiro respirar, à inocente verve sibilante ditada a suas larvas de vigorosas asas.
Até então eram palavras lavradas, historiográficas, porém nascituras. O poema é um sobretudo cerzido de cinzas, precária materialidade.
Meus inanimados versos com a pretensão de conter o poético começam a respirar a partir de tua magnânima leitura.
Poesia é palavra erguida, monumento pétreo produzindo sombras de invenção ao ziguezaguear no mundo dos fatos.
Imagens falantes do alter ego que cinzelam a pedra por si próprias, ao pressentir movimento na casa dos espíritos.
MONCKS, Joaquim. O CAOS MORDE A PALAVRA. Obra inédita em livro solo, 2022.
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