A morte de Carla Teixeira e de Luís Gustavo Martins Moraes

     Quem imaginaria que isso poderia acontecer? As pessoas são imprevisíveis e a doença mental pode transformar um homem num animal predador em pouco tempo. Conheci Carla , o marido Rudinei, e a filha adotiva do casal, no litoral gaúcho, pois ela era filha da companheira do meu sogro, que tinha um sobrado lá. Eles tinham uma filha adotiva, de uns 7 anos. Carla era muito alegre como são muitas librianas, nos identificamos também por isso. Ela vendia figurinhas e álbuns para os bares e como era muito esforçada, ganhava bem, tinha carro, casa própria. O esposo era um cavernoso, estranho, poucas palavras, sempre a vigiando. Soube depois que eles haviam se separado quando soube do assédio dele à filha adotiva. Carla estava namorando Luis Gustavo.

     Na noite de 29 de dezembro de 2013, Rudinei entrou na casa da Carla onde também estava Luís Gustavo, seu namorado. Ele esfaqueou os dois até a morte e ela praticamente foi decapitada.

     Carla deixou a filha, a mãe (ex esposa do meu sogro que já é falecido) e era responsável pelos cuidados com o pai doente e idoso. Com as vítimas mortas, Galvão furtou o veículo de Carla para fugir, se envolveu num acidente com o carro e foi atendido no Postão da Vila Cruzeiro, onde foi preso em flagrante.

     Em sessão da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre ocorrida numa quinta-feira, Galvão foi sentenciado a 44 anos de prisão em regime fechado, respondendo ao processo preso e não podendo apelar em liberdade. Ele foi considerado culpado por dois homicídios triplamente qualificados (motivo torpe, meio cruel e com recurso que dificultou a defesa das vítimas). Se fosse em alguns estados americandos, ele seria condenado à pena de morte.

O crime foi descrito pelo delegado Rodrigo, que esteve no local, como um dos mais horríveis com que já trabalhou. Pelos relatos feitos por testemunhas aos policiais, Carla e seus familiares se divertiram na piscina da casa. À noite, os parentes foram embora, Carla e Luis Gustavo permaneceram em casa.

Galvão chegou, armado com um espingarda calibre 12 e uma faca. Ao disparar a arma, ela se despedaçou. Então, ele atacou e matou o casal com a faca e depois fugiu. O comandante Oto Amorim disse que foi passado o nome e o endereço de Rudinei e a informação de que ele havia roubado o veículo da Carla. Equipes da Brigada Militar encontraram o carro e ao saber que o homem estava ferido, os hospitais foram avisados da provável entrada dele para atendimento médico e assim, conseguiram capturá-lo que após ser preso e medicado, foi levado para o Presídio Central.