Se Jesus Cristo não existiu, quem o inventou?

Os cristãos acreditam que o cristianismo é mesmo original isso porque nunca estudaram história das religiões.  Acreditam que o monoteísmo (a crença num só deus) começou apartir do judaísmo, no entanto,  o monoteísmo teve início com o Zoroastrismo. Para  provar a autenticidade do cristianismo eles se baseiam em  pressupostos falhos. O primeiro é dizer que a Bíblia é um livro de inspiração divina. Dependendo da cultura de um povo, o que é sagrado para uma sociedade não é sagrado para outra. Os deuses das religiões politeístas são sagrados para aqueles povos da mesma forma que o Deus Javé é sagrado nas culturas cristãs. Quem estuda sociologia sabe disso.

Desde o século XVIII existe um movimento acadêmico para tentar defender a existência de um Jesus histórico com a finalidade de inserir esse personagem no contexto histórico sócio-cultural do judaísmo. Daí surgem os teólogos cristãos com seus pífios  argumentos sempre recorrendo aos pseudos historiadores para defender a existência de Jesus partindo-se  de um pressuposto de que existiu de fato um Jesus histórico o que não  faz diferença alguma. 

O historiador americano  Bart Erhman em seu livro "Jesus existiu ou não?" Editora Harpercollins 1° edição 2014, defende a existência de um Jesus histórico que nasceu não em Belém,  mas em Nazaré. Esse Jesus teria vivido na Palestina no século I, no entanto, esse Jesus histórico jamais poderia ter sido o Cristo,  ou seja,  o "ungido". O messias tão aguardado pelos judeus que viria libertá-los dos romanos. Jesus teria sido  mais um falso messias como tantos outros que surgiram naquela época.  Foi crucificado e morto e jamais ressuscitou. É claro,  que do ponto de vista teológico esse Jesus histórico é um zero à esquerda porque o cerne da  fé cristã é a ressurreição de Cristo, todavia a arqueologia  não tem por finalidade adentrar nas questões relacionadas ao sobrenatural.

A arqueologia  não se ocupa em estudar "milagres", mas investigar os fatos históricos. Existe ainda a teoria de que Jesus nunca tenha existido,  nem mesmo o Jesus histórico.  É a teoria do mito de Cristo ou teoria da não historicidade de Jesus. Evidências arqueológicas da existência de um Jesus histórico são escassas.  Um dos  mais célebres historiadores praticamente contemporâneo de Jesus, o historiador Flávio Josefo (37 a 100 DC), quase nada escreveu sobre Jesus a não ser um mísero parágrafo no livro História dos hebreus.  Segundo alguns estudiosos é provável que o texto  tenha sido uma interpolação,  um acréscimo por parte da Igreja Católica.  Jesus poderia até mesmo  ser  uma invenção de judeus helenistas, ou seja,  judeus-cristãos que viviam conforme a cultura grega e acreditavam num suposto messias salvador. Essa teoria me parece ter um certo sentido porque se Jesus era um analfabeto como é que ele conhecia tão bem as escrituras? É claro que  os religiosos irão argumentar que é porque ele era o filho de Deus,  mas vamos separar a questão religiosa. 

Vamos considerar a pessoa de Jesus apenas do ponto de vista histórico. Como um analfabeto poderia ter ascendido em Roma e ter se tornado um grande agitador político? Além disso a arqueologia descobriu  a suposta casa de Jesus o que contraria totalmente a tradição judaica que diz que não podem ser construídas residências próximas aonde se enterram os mortos. Enfim,  se formos analisar bem essa teoria do Jesus histórico não tem consistência, embora é o que vem sendo ensinado nas academias.

Conclusão: Por mais que os teólogos de plantão se debrucem sobre os livros para defender a sua crença,  é inútil,  pois o cristianismo é um prédio sem sustentação.