SUAVEMENTE DELINQUENTE
Eu precisei sair daquele lugar que me podava, precisei me projetar pra outro espaço, conhecer novas luas (ah, eu amo a lua!), sentir novas brisas, pisar na areia molhada de novas praias, buscar outros sonhos. Eu desisti de tudo que vivi até ontem, esqueci das pessoas, das dores, dos sonhos, dos caminhos percorridos, dos amores, das noites pelos bares, das ressacas nas manhãs de domingo.
Recomeço agora do zero sem o pecado original, sem a angústia de ter um dia já existido... a minha única obrigação será comigo mesmo de nunca me arrepender, portanto, farei o que quiser, onde quiser, como quiser, com quem quiser e da maneira que eu quiser. Eximirei-me da responsabilidade de dar importância ao pensamento pobre alheio direcionado a mim e aos meus atos, que agora serão voltados única e inteiramente para minha pessoa. Cometerei todos os erros possíveis e aprenderei de uma outra maneira. Viajarei por cada canto desse mundo e deixarei um pouquinho de suave delinquência por cada caminho pelo qual eu trilhar.
Construirei uma nova versão de mim, um eu carregado de ousadia e caminharei para cada vez mais longe de tudo. É loucura? Não sei como nomear, mas é um tijolo da construção do meu novo eu suavemente delinquente.