"Quem quer aprender a voar,
precisa primeiro aprender a
ficar de pé e a andar e a subir
e dançar: a arte de voar
não se aprende voando".
(Friedrich Nietzsche)
A estrela guia dos meus sonhos pega carona nas asas de uma borboleta em revoada e meus desejos com pés descalços e cabelo ao vento volta a um tempo que é feito só de sensações e sentimentos.
Tempo de descoberta; tempo de experimentar para aprender a ser; tempo em que se acreditava que nada trazia em si o poder de fazer mal porque só o bem iluminava; tempo em que o coração vivia com as portas abertas como um sorriso bobo, e a maior dúvida, era se o próximo beijo teria sabor de uva, menta ou chocolate - brilho que cintilava meus lábios; tempo em que saber o que queria era o que realmente importava, apostando no improviso, pouco se importando com o planejado: um mundo que pertencia a mim e não ao tempo. Onde problema era o chiclete no cabelo ou o biquíni preferido estar molhado.
No caminho das flores, de espinhos e odores fui montando uma caixinha de primeiros socorros, medicina para me refazer e continuar a longa estrada, no plano, morro abaixo ou morro acima. Nela há retalhos de lembranças que me servem como bálsamo, um emplastro feito de amor de mãe para gente ir aprendendo que machucados fazem parte, que podem sarar e que é preciso ser resiliente e ter paciência para vê-los dia-a-dia melhorar...
Sigo, assim, numa biografia tecelã, metamorfoseando a vida e me ressignificando para melhor ser e estar nesse mundo cartesiano, eu tão metafísica – por todos os 14 de julho!
Nicole Salmi- Vida