A fantasia individual que permaneceu intacta e se desfez na magia do tempo (sobre a poesia como salvação)

A fantasia é um paradigma da existência. Sonhar e imaginar mundos é uma tarefa do nosso espirito e nada pode ser um materialismo constante, sonhar faz parte do nosso ser. Construímos coisas no pensamento que vão além do que nos está exposto. Imaginar um amor. Imaginar um momento mágico. Imaginar um poema em uma noite solitária. Muitas coisas elevam nosso espirito, mas a fantasia que fazemos é especial, ela nos anima a continuar...

Acho que somos o próprio mito. Nossa própria narrativa. Cada ser tem sua própria história. As vezes somos heróis, vilões, fadas, monstros... tudo a seu tempo, tudo a sua maneira. Por que existe um real só nosso que transcende a tudo e cada um vai tecendo sua fantasia puxando a linha de um carretel infinito, das lembranças da infância ou a lutar por um novo objeto, uma nova conquista. Tudo são sonhos, fantasias que vamos tecendo no tempo.

Cada um tem sua própria história particular, seus jeitos, suas coisas. E as vezes paramos nossa história para admirar um momento vago, algo q vai nos pegando de surpresa e sai causando um novo interesse e de novo volta a ser desinteressante. Um desapego moderno. Estamos a mercê de uma vasta fluidez que segue sem rumo e damos nome a alguns momentos dessa caminhada mítica em direção ao novo ciclo. Criamos abordagens fecundas de nossa própria existência para justificar nosso sonho, nossa caminhada avante o desconhecido. Laços imaginários do desapego moderno.

Momentos e pensamentos compartilhados fazem parte de ciclos que se exaurem na candura de dias cansados, na fluidez insone de estar vivendo em um materialismo torpe. A cada dia em nós brota uma nova utopia de ser, um poema silencioso que vai corroendo a conformidade com rimas anti-estéticas. Este sonho pode ser um vislumbre de um novo dia onde as coisas pulsem sem rumo, uma nova abordagem de ser de nós mesmos, sem entraves, sem portões que bloqueiem nossa vã filosofia.

Mais que uma simples palavra perdida a fantasia é o que nos move. É o que perdura com o passar do tempo, é a fantasia um motor imóvel que aduba os pensamentos em momentos isolados em que estamos sós e que transforma todo um marasmo em cinzas, que constrói em nós um grito primal de revolução em direção ao uma nova utopia pulsante que embebeda nosso ser com mais um desejo do coração.

Luiz Revell
Enviado por Luiz Revell em 30/09/2022
Código do texto: T7617825
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.