O filósofo, as idéias e os ideais

Como escolher um lugar? uma égide? um âmbito? numa escala de monstruosidade infame transformamos nosso vazio em algo potente, latente e visceral; algo extremamente perigoso em determinadas épocas mas não na nossa, algo tão banal e ao mesmo tempo tão necessário. Uma coisa que se superpõe desde a antiguidade até hoje, chama-se ideia. em um determinado momento na linha temporal humana, algo foi descrito fora de seu sistema.

De toda a condensação que se seguiu entre eras nada foi mais misteriosa e poderosa que as ideias. elas nos definem, nos transformam, ampliam nosso conhecimento. podem nos ensinar métodos diversos de aplicações práticas, mas nada pode ser mais complexo que formular ideias. Criamos um sistema intrincado de coisas e significados, códigos e linguagens tudo por ela, a ideia. No seu âmbito de razão ou emoção elas nascem e se difundem dentro de um pacote de infindáveis “porquês”, por onde e por algo. Mas já nascem definidas para se transformarem em algo. no percurso temporal elas se exalam tomando formas diversas em preâmbulos diversos. Elas, as ideias, se tornaram mais importantes que o próprio humano, que sua própria gênese prolifica. Loucos místicos esotéricos atribuíram isto ao divino na sua ânsia por respostas misteriosas e cheias reviravoltas mirabolantes. mas não na nossa época. Construtos são formados a partir de um sem números delas. Mas qual seu lugar, sua história, seu apogeu histórico, filosófico e dialético? a ciência nos dará respostas claras concisas e virtuantes? esse divino metafisico já está morto dentro de sua jaula agonizante pela mão trêmula de um indivíduo convicto de sua aura imagética, mas não de sua mediocridade tautológica, o filósofo.

Remontando priscas eras ditas monumentais para alguns e rudimentares para a grande e arfante maioria, este ser completamente desprovido de seu caráter humano tensionou matar deuses, aspectos divinos imbuídos de formas culturalmente simbólicas deixada através de um mimetismo desnude não dos seus princípios antropológicos culturais sincréticos negativos mas de uma Exobiologia integrada à vertente primeira do humano como ser central de uma epopeia incrementada com papéis de seres ou coisas oriundas de ritos primevos e histórias heroicas sobre um passado, presente e futuro onde tudo mais discute seus padrões de comportamento muitas vezes completamente díspares e maniqueístas sobre suas origens e seus feitos dentro do lasser faire do seu dúbio contexto esotérico e exotérico.

Não obstante travamos uma discussão sobre a criação como resposta a infindáveis questões existenciais hoje vistas como distúrbios mentais graves, uma vez que nosso plano de entendimento ora recorre e ora se afasta seguido de uma outra infindável questão sobre o mesmo ponto, sobre a mesma sina e o mesmo destino deste ser de monumental grandeza desnude de princípios, uma vez que ele mesmo os criou, ele mesmo os degenera agindo conforme suas próprias regras impostas. Este ser hediondo criou um vórtice sobre torno de si, atribuindo-se de uma regra a que chamou de moral, ética ou outra qualquer nomenclatura que o evidencia dentro de uma esfera reinante com o propósito de subjugar à todos dentro daquilo que julga ser um cânone para sua expor sua própria incapacidade de viver juntamente com os da própria espécie. regras, regulações, princípios foram impostos por seres ditos divinos como forma de unicamente permutar que determinados indivíduos possuem na sua antropologia biológica um conluio com tais seres celestiais que eles por meio de leis mágicas invisíveis agem com propósitos severos para a manutenção de um número de seres desordenados incapazes de perceberem a si próprios como um defeito genético físico-químico biológico que está impregnado devido a dimensão de valores através de sua aglutinação ora pacifica, ora violenta que se tumultuam conforme as eras. Gerando valores através de uma esfera percebendo-se detentores de seus "dons divinos" propunha-se a desobstruírem-se em ramos, linhagens, códigos ou tudo o mais que possam os transformarem em detentores de sua unidade enquanto seres, mas também de sua forma peculiar de ser e de agir enquanto espécie, gênero ou coisa do tipo. Por que relegar uma unidade a este ser diferente das mais variadas espécies de outros seres existentes em uma centralidade cotidiana de um sem número de parâmetros reguladores de sua própria animalidade escondida e disfarçada sobre o nome de sociedade?

E no meio deste reboliço contraditório de levas de seres eis que um tomou para si a posse de uma coisa chamada sabedoria, ele o sábio tem em si um cânone distópico onde ousa causar dentro de uma esfera a supressão da mortalidade imortal inerente. Degenerando a si próprio depois em uma figura ainda mais insana e prolixa de uma verborragia intensa e purulenta conforme algo ainda mais penoso e destrutivo que a ideia, ei que surge uma proposta totalmente incoerente da natureza de seus comparsas, o ideal.

Nada criado por este ser deveria ser mais nefando que isto. uma vez que ideias nos definem e nos colocam a par de tudo o que somos, os ideais existem para que nos afastemos delas. seja de qualquer forma possível na realidade travamos uma dura realidade a partir disso. ideais criam necessidades, formas complexas definidas de ser que não estão inerentes a nossa própria constituição desmecanizada de propósitos dentro de nossas esferas de atuação. uma vez propostos, impostos ou superpostos como linguagem e conceito de nossa própria existência, nos orientamos sem perceber o quanto nos transformamos no contrário que deveríamos ser enquanto agente da matéria em torno de um âmbito a que nos dispusemos compartilhar, a ética. Esta falácia entorpecente do que chamamos de sociedade humana vai nos tornando pouco a pouco, dependendo de nossas escolhas baseadas nesta infâmia blasfêmia determinada por aquele ou este ideal, um ciclo doentio a que não estamos dispostos esteticamente devido a padrões de comportamento ou de recursos materiais não simbióticos mas determinantes de um espécie que tem como tema central a manutenção de si, para si, e por si, seja pela força, astúcia ou ganância de sua própria gênese imperfeita moldada baseada em seus princípios éticos atribuídos culturalmente a mistérios não revelados através das eras e dispostos vulgarmente aos não-iniciados nas suas práticas miméticas esteticamente dispostas como condutor da realidade não-linear disforme em outra, por sua vez, linear e formal.

Hábitos, costumes e padrões, numenal como fenomenal trabalham entre si em um intrincado sistema de tarefas esteticamente unas nesta transformação desfigurante não-linear disforme em algo linear formal, colocando assim uma massa impactante de seres em suas rédeas, dando-lhes conforto e aprazia. Mas há um ser incongruente a isto, o filósofo. Este ser não ocupa o lugar dos demais, ele é algo ou alguém que não pode ser ouvido, só quando os ideais falam mais alto. porque a ideia, cerne da magnitude concedida a ela por meio de sua relevância indivisível, ora permeia tudo e outra esconde-se, por medo, angústia ou um tratado sem nome de coisas às quais está sempre em uso para contê-la e não deixar-se desviar destes prolegômenos históricos antropológicos a que deram à razão instrumental por vias perniciosas por motivos nunca abstratos, mas para manter ordem.

Este ser forjado a tenacidade tornou-se algo tenebroso. uma vez que ousa estar ao centro de tudo, sem ser notada a sua influência bizarra, transtornando assim ainda mais o que devia evoluir por conta própria. Subjugando a natureza, mas voltando à estaca zero, do cume ao subterrâneo, das direções para um centro vazio. Ele não tem uma centralidade, ele ousa ter. ele não tem uma direção, ousa ter. Ele discute, não mais dialoga. Tudo isto por conta de um conceito de ideal determinante, uma epopeia drástica de manutenção de interesses trajados de espasmos acadêmicos, cultura subalterna de princípios dos quais ele mesmo não faz parte. Serve a propósitos que ele mesmo julga importantes, mas nada são além de manutenção de ideais, travestidos de escolas, métodos, importância histórica, relevância social, mudança de paradigmas. Ele não é um cientista. Ele não é um condensador de coisas, ele apenas exprime de acordo com a limitação da linguagem o mundo a qual pertence, ora interferindo e ora calando-se por não poder exprimir dentro de um arcabouço de signos ou significados suas incongruências lógico-metafísicas em padrões lógico-matemáticos devido a manutenção dos seus ideais, desta forma damos adeus à imparcialidade.

Como corrobora para isto, esta máquina de esporro de ideais foi se firmando, ora como um cerne, uma égide, um âmbito e um lugar. Mas nunca encontrou o seu próprio lugar, sua importância é nula como ser. ele só tem importância enquanto pensamento, enquanto coisa. ele define, nunca é definido. Ele mostra exemplos, mas nunca é um exemplo. exemplo de quê? ele não serve quando não há propósito. Só existe quando se precisa. ele não serve para nada, mas lhe dão importância. o que ele dispõe em linguagem é sempre recebido por outros seres também ávidos com uma mesma suave postura: a mão levada ao queixo com o polegar indicador para cima. que nada mais é do que um reflexo instintivo humano, quando não se está entendendo coisa alguma do que está sendo exposto.

Luiz Revell
Enviado por Luiz Revell em 27/09/2022
Código do texto: T7615255
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