O EVANGELHO DA DEPRESSÃO

*Por Antônio F. Bispo

Nos dois texto anteriores a este, comentei o quão prejudicial pode ser a estadia de algumas pessoas dentro da “casa de deus”. Falei também parcialmente sobre todas as baboseiras que são impostas ao povo à partir de um púlpito como se esta fosse algo sagrado e obrigatório, quando na verdade são apenas doses afortunadas de achismos com pitadas esquizofrenia e outros males.

Mostrarei desta feita o quão infeliz alguns de nós fomos ao longo dos anos, quando em igrejas “cheias do poder de deus”, éramos obrigados e consumir conteúdos depressivos, doentios e horripilantes como sendo o genuíno evangelho daquele que dizem ser o messias cristão.

Enumere por conta própria (se puder), quantas vezes fostes enganado (ou ainda é) com estas baboseiras comumente chamadas de “pão quentinho dos céus para alimento do povo santo”. Hoje me pergunto se não seria o “excremento do inferno”. Tenho quase certeza que sim.

Quem sabe até tenha sido você um dos que (por engano e indução) já tenha proferido tais insultos à racionalidade, a razão e aos fundamentos das bases sociais civilizada.

Vejamos as pérolas quem mais eram ditas (ou ainda são), incentivas ou aplaudidas nos rituais de culto cristão, tendo como premissa a “certeza” de que estão vivendo e ensinando os fundamentos do dito messias cristão.

• Ver em pleno culto pastores (pregadores, “profetas”, “missionários” ...) portando uma radiola velha, tocando ao contrário o disco da Xuxa, dizendo ouvir dessa forma, mensagens do próprio Lúcifer dando instruções satânicas toda vez que a música era tocada. As igrejas lotavam para ver tal “milagre”. Eles diziam que esta era uma manifestação irrefutável do poder deus, que apiedando-se dos seus servos, revelava o oculto aos seus escolhidos, no caso os pregadores, e este por sua vez transmitia aos fiéis ali presentes. Um verdadeiro circo de horrores era esse ato, feito para amedrontar, iludir e aprisionar a mente dos incautos. Ao sair dali, todos iam temerosos ou com vontade de destruir os equipamentos fonográficos que tocasse esse disco. Eles diziam ser isso parte do evangelho de cristo. Vagabundagem? Pilantragem? Ilusionismo barato? Posso afirmar sem sombra de dúvida que um ato teofânico não era!

• Ter de ouvir quase que diariamente “pessoas de deus” atribuirem a carreira e o sucesso de cantores, políticos, empresários e gente bem sucedidas na vida à pactos satânicos, dizendo que os tais só eram assim por que haviam vendido suas almas ao diabo e que ainda que alguns destes fosses prósperos e felizes aqui na terra, o inferno os aguardariam para serem atormentado por toda eternidade. Esta última frase era dita com tanto gosto, mas tanto gosto, que parecia que eles estavam torcendo que isso realmente ocorresse. Os crentes que eram levados a crer nessa mentira deslavada, não percebiam que alguns entre eles eram “pobres e fudidos”, justamente por “darem a deus” tudo o que possuíam, jogando fora os seus melhores dias, sua juventude, beleza, jovialidade e sonhos de crescer na vida. Se envolviam em atos devocionais intermináveis à pedido da igreja, enquanto que estes outros (os bem sucedidos na vida e apontados como infames) se tornavam ilustres por que estavam estudando, trabalhando, pesquisando ou correndo atrás dos seus desejos, enquanto que eles, os “crentes sábios”, tentavam alcança-los da forma mais corrupta que existe: com dízimos, ofertas e louvores ao deus qual dizia ser autossuficiente de nada precisava. Que coisa, não? Quanta coisa proveitosa poderia ser dita numa igreja durante em um rito de culto, mas éramos obrigados a ouvir (ou a dizer) essas babaquices. Mas eles afirmavam que isso também fazia parte dos ensinamentos de deus por meio do seu bendito filho. Será?

• Ser obrigado a ver rotineiramente os espaços de cultos serem presididos pelas pessoas mais vis que a sociedade já produzira como se estas tivessem se tornado santas de um dia pra uma noite, depois de terem “se convertido”. Sempre havia um EX-ALGUMA COISA, dizendo mentiras ou contando detalhes medonhos dos seus feitos passados. Alguns descreviam com exatidão e de modo luxurioso detalhes cenas de orgias sexuais, homicídios, invasões de propriedades, “atos de bruxaria”. O mais preferido de todos era dizer (inventar) que determinado ator ou figura pública os havia procurado em determinada época para sela um pacto satânico quando estes eram bruxos poderosos (quase todos diziam ser). Os “crentes salvos” parecia (e ainda parece) sentir um certo tipo de tesão por esse tipo impróprio de fala. Eles gostam de ouvir detalhes de como uma pessoa boa e honesta fora lesada, estuprada ou morta de forma cruel nas mãos destes infames que falam em nome de deus. Quanto mais bizarra for a estoría, mais bem pago será o falastrão. Eu pergunto: isso é evangelho? Isso ensina o que? Só se for a alguém da igreja fazer igual para ter reconhecimento e respeito público já que sendo honesto e respeitoso não consegue. Só se for! A grande maioria destes nunca foram aquilo que dizem ser, e quando foram e afirmam estarem libertos dos vícios do passado, de fato não estão. Eles mentes e as lideranças sabem disso. Novas vítimas serão feitas dentro da igreja à partir de então, só que diferente das outras, estas jamais poderão denunciá-los, pois ainda que o faça será desacreditado, já que o chefe da igreja precisa daquela pessoa para trair público e aumenta os rendimentos da igreja.

• Ver ao vivo por diversas vezes gente abilolada fazendo exorcismo de brinquedos inanimados, alegando serem estes os causadores de infidelidades conjugais e doenças diversas dentro dos lares dos fiéis e seus vizinhos. Os bonecos do Fofão e os brinquedos da Estrela foram os mais perseguidos nessa época “do cachorro louco entre os crentes”. Esta cena macabra, em certos casos era repetida por diversas vezes, com a mesma pessoa ou casal, quando a liderança não tinha “nada melhor” a oferecer ao público até ficar desgastado e alguém da igreja perceber que era tudo armação. Eles diziam ser esse teatro, parte do evangelho libertador de Cristo. Em boa parte dos casos, os casamentos de alguns crentes estavam sendo afetados por conselhos duvidosos dos próprios líderes ou de gente influente da igreja. Em outros casos, alguém estava servindo de “marmita de pastor” e nada podia dizer. Quanto às doenças, em grande partes podiam ser psicossomáticas, causadas justamente por ouvir tanta baboseira dentro daquele recinto. Um fiel perturbado, perturba à todos ao seu redor, inclusive os vizinhos e colegas de classe ou trabalho. Em outros casos, as doenças poderiam ser causadas pela falta de higiene pessoal, já que algumas igrejas proibiam qualquer uso de cosmético e “produtos do diabo”. Havia também os que tinham prejuízos na saúde por aderirem à vários dias de jesus permanente, sem comer ou beber nada, para imitar jesus ou afastar algum “demônio que rodava sua casa”. Sem falar que a chuva ou frio das madrugas em orações nos cumes dos montes trazia resultados negativos ao corpo do indivíduo. A abstenção de certos alimentos, bebidas ou sexo (com o próprio conjugue) também era recomenda em certos casos. Eles também diziam ser isso parte dos ensinamentos de cristo.

• Quantas vezes (dentro das igrejas) você já não ouvir dizer que praticar esportes, ver TV, ir ao cinema, participar de teatro e outras formas de cultura era pecado? E sobre as músicas do mundo? Aff...qualquer música que não fosse escrita ou cantada por um crente era considerada (e ainda é em algumas igrejas) uma música do mundo, ou seja algo profano e demoníaco, que segundo eles, atraem maldições para quem está cantando ou ouvindo. Do mesmo modo, livros, jornais e revistas que não fossem elaborados por outro crente, também era questionável, tidos como mentirosos ou motivo de banimento (do membro da igreja ou do objeto que ele portava). Isso era pregar o evangelho segundo eles. Será que era mesmo?

• Quantas vezes crentes já tiveram de ouvir de suas lideranças (e aceitar) que usar óculos escuro, se depilar, fazer a barba (ou deixar ela crescer); ver o corpo nu de sua própria esposa durante o coito ou banho era pecado; que sexo era só para reprodução e coisas do tipo. Em alguns casos, estes eram obrigados a abandonar a família, emprego, escola ou bairro onde viviam por que a igreja ou o seu líder disseram se estes um entrave ao seu desenvolvimento espiritual ou sua chamada ministerial. Até a saudação à pessoas que não sejam da mesma igreja continua sendo proibida em algumas igrejas cristãs ainda hoje. Eles dizem também faz parte dos ensinamentos de cristo e seus apóstolos. Do qual cristo?

• Em certos casos, alguns crentes foram obrigados até destruírem álbuns de família, obras de artes, fotos de casamentos, quadros de paredes e relíquias da própria família, pois lhes fizeram acreditar que aquilo era algo pecaminoso e anti-bíblico, e usavam frases como “não farás para ti imagens de escultura” para justificar tal afronta à sua intimidade ou então citavam à parte texto de Hamã, cuja “ação pecaminosa” trouxera maldições para toda tribo. Tudo distorcido propositalmente por vigaristas purulentos para doutrinar ao seu bel prazer ao invés de ensinar algo útil e proveitoso.

• O pior de tudo isso é ver que depois de 30 ou 40 anos, os caras (pastores) que condenavam essas coisas e te fizeram despir-se de tudo, estão fazendo justamente o que diziam ser errado e te puniram quando fizestes. Eles, naquela ocasião diziam estar recebendo ordens do deus imutável, que não volta atrás e que vela pela sua palavra para cumprir. Diziam que tudo aquilo era pecado. Hoje não é mais. Estranho, não acham? Será que deus mudou...? Enquanto você bobão (assim como eu fui) teve (ou tivemos) que nos desfazer de algumas coisas que possuíamos, incluindo virtudes reais, objetos de artes, literatura, etc, para seguir as orientações que esses pilantras nos davam, hoje eles tem ou fazem tudo aquilo que anteriormente condenavam nos outros e o fazem de modo aberto. Se eles eram mal intencionados, se eram burros ou se estavam apenas seguindo ordens, isso não importa. Importa é que eles estão fazendo, aceitando ou incentivando a ser feito ou que um dia “deus proibia”, provando justamente que em momento algum foram orientados por deus. Sempre foram eles mesmo e suas intenções obscuras. Mesmo quando a covardia, o desespero ou o desejo consciente de grandeza que os guiavam. Eles diziam se deus e sua santa mensagem. Isso é o que deve ser posto em conta. NUNCA FOI DEUS. SEMPRE FORAM ELES!

• O pastor que antes condenava a doutrina da prosperidade, hoje construiu fortuna usando esse método. O cara que condenava o charlatanismo curandeiristas, hoje tem filiais de suas igrejas em vários cantos do mundo, usando esse método duvidoso. O “bombadão de Cristo” que não se curvava diante do secularismo, que não queria saber de político algum ou de celebridades midiáticas pisando o solo sagrado de suas igrejas, hoje divide o púlpito e palanque com essa gente e os chamam de meus irmãos, meus camaradas ou de “o amigos da igreja”. Aquele outro que proibia você ver TV, hoje é dono de uma emissora inteira…E você que foi obrigado a brigar com sua família a jogar fora seus pertence, gostos, opiniões e vida por causa deles, a palavra mais apropriada é: tomou no c#!

• Não é que seja errado fazer alianças com esse tipo de gente quando estas objetivam melhorar a situação social de todos de forma transparente e eficiente. Também não é errado desfazer-se de velhos preconceitos e abrir a mente para as evoluções sociais e do pensar como ocorrem em todos os setores. Errado é dizer que deus falou algo no passado, que aquela era a vontade dele e hoje viver justamente o estilo de vida que condenava e ainda dizer: “o deus que não muda me disse pra fazer justamente o oposto daquilo que disse antes. Ele pode. Ele é deus, ele manda e desmanda. Faz o que quer e estou à serviço dele e quem me questionar está ofendendo o próprio deus e desta feira será severamente punido...” Isso sim é uma tremenda canalhice! Pela liberdade de expressão cada um tem o direito de dizer o que quiser e assumir as consequências do que disse. Agora usar uma terceira pessoa, nesse caso uma suposta divindade ou livro sagrado para mentir, enganar e manipular a vida dos outros e depois negar tudo como se nunca tivesse sido ou dito algo...É PRECISO SER BURRO, ESTAR CEGO OU SER IGUALMENTE CANALHA PRA NÃO PERCEBER TAIS CONTRADIÇÕES.

...

CONTINUA...

A parte 1 desse texto chama-se “Pão dos Céus, ou excremento do inferno”?

A parte 2, é nomeada como “Te vendem uma coisa, te entregam outra e ainda te proíbem de reclamar”. Ambas foram publicada nesse perfil nos últimos 2 dias. A quarta e última parte publicarei semana que vem. Estejam à vontade para acompanhar todas nesse mesmo perfil.

CONTINUA...

Texto escrito em 11/9/22.

*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 15/09/2022
Código do texto: T7606502
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