🔴 Eleições 2022

Duda Mendonça e João Santana foram marqueteiros eficientes, mas estenderam seus conhecimentos aos escândalos de corrupção. Bolsonaro acertou quando deixou o filho, Carlos Bolsonaro, cuidar do “marketing” digital. Falando direto e com a linguagem do brasileiro de verdade, ele atingiu desde jovens (que não assistem à televisão), passando pelas “Tias do Zap”, até os idosos (que voltaram a votar).

O tempo de televisão aumentou, mas isso pouco importa. A estratégia já está sendo frequentar “podcasts” (possuem um latifúndio de tempo). Diferentemente de Lula, que apenas pisa em ambientes com plateias controladas e jornalistas de estimação, o atual presidente encara verdadeiros “papos de boteco”, sem formalidades, o mais cru “papo-reto” sem restrições e que quase sempre extrapola na descontração, dando brechas para os “mimimis”.

Bolsonaro inventou uma manifestação que só pode ser chamada por um neologismo (motociata), atrai multidões ensandecidas, como quem encontrou um “popstar” e não um político e criou uma corrente política que leva o seu nome: bolsonarismo, diferente do petismo. Tudo isso, é claro, não teria efeito, não fossem as realizações.

Flow, Cara a Tapa, “podcasts” que vêm batendo recordes de visualizações e repercussão, estão sepultando os “engessados” e autolaudatórios debates da TV aberta. O novo palanque é uma violenta catapulta para candidatos sinceros, e um porão no fundo do poço para quem, igual ao João Doria, faz cara feia ao engolir um café, tentando parecer “gente como a gente”.

O jornalista não pode querer parecer mais importante que o entrevistado ou a notícia. O sucesso do formato “podcast” é, além da informalidade, que o entrevistador não tenta desmoralizar o candidato com “pegadinhas” ou tentando falar mais alto com a finalidade de impor seu ponto de vista.

A autenticidade de um político sendo escrutinado por horas jamais será sobrepujado por um tapinha nas costas, erguer uma criança ou entrar num boteco para arriscar-se numa coxinha, um pastel ou um cafezinho. Sem marqueteiro, popularidade não se fabrica em ano de eleições.

RRRafael
Enviado por RRRafael em 18/08/2022
Reeditado em 18/08/2022
Código do texto: T7584965
Classificação de conteúdo: seguro