HÁ ALGO DE PODRE NO REINO DA CRISTANDADE!
*Antônio F. Bispo
Brasil, Agosto de 2022
Nas manchetes do jornais e nas mídias informais, estes são os principais destaques do ano até agora:
• Presidente do maior banco público do Brasil é afastado por importunação sexual. Seu colega e trabalho e também acusado de encobrir os crimes é encontrado morto poucos dias depois em uma das agências.
• Padre católico é acusado de desviar 1,9 bilhões do fiéis para uso próprio. Diversos outros padres foram acusados de crimes semelhantes com desvios milionários de valores, parte desse dinheiro tendo sido usado para financiar orgias sexuais com temática gay.
• Pastor presbiteriano e ex-ministro da educação brasileira fere sem querer funcionária de aeroporto após sua arma disparar acidentalmente.
• Pastores evangélicos são acusados de pedir propinas para intermediar verbas de serviços básicos no interior de alguns estados.
• Líderes religiosos ou fiéis influentes em diferentes locais da federação são acusados de estupro de vulneráveis, envolvimento com menores ou fieis casados (as). Diversos destes tendo suas intimidades filmadas e expostas em redes sociais ou pegos saindo de motéis.
• Celebridades do mundo gospel foram presas ou indiciadas por relações ou envolvimento direto com crimes financeiros.
• Militante de direita (cristão, conservador e temente a deus), invade festa de aniversário de militante de direita (certamente cristão também) e o mata com vários tiros após desentendimento fútil.
• Aumentou em quase 3.000% a procura (registro) pelo direito de portar armas de fogo por parte dos “cidadãos de bem” para se defenderem de “bandidos”. A maior parte dessa procura é oriunda dos “cristãos, tementes a deus e que confiam na proteção divina”.
• Cresce o feminicídio e a violência contra a mulher em nosso país. Parte dessas ocorrências provém de casamentos (uniões) entre duas pessoas que tiveram seus matrimônios abençoados por padres ou pastores, além de alguns destes terem inclusos como confirmação divina, algumas visões, revelações e profecias sobre a união e propósito na vida do casal.
• Cresce assustadoramente o número de roubos, furtos e outra apropriações indevidas dos bens alheios. Alguns destes crimes seguidos de mortes mesmo quando a vítima não reagiu. Cristãos roubando e matando outros cristãos para se apropriarem indevidamente de seus pertences para assim revender a outros cristãos ou com eles comungarem (de forma consciente) do fruto do roubo ou desgraça alheia.
• O número de estupros e outros crimes sexuais tem crescido de forma estrondosa. Boa parte destes sendo praticados principalmente por familiares das vítimas. Cristãos sendo estuprados por outros cristãos e ignorados por tantas outras pessoas (ou autoridades) também cristãs.
• Cresce o número de pessoas mortas em confrontos policiais. Em sua maioria pobres, pardos, ou gente sem nenhuma notoriedade política ou financeira. Gente com pouca ou nenhuma moeda de troca que possa ofertar em prol da vida quando “o peso da lei e da verdade lhes vier ao encontro”. Os olhos e as mãos de deus, de forma misteriosa costuma proteger mais quem tem fama, dinheiro ou poder nesses casos, independente do crime cometido.
• Nossa população carcerária já chega a quase 1 milhão de pessoas, em sua maioria cristã, que cometeram crimes contra outros cristãos.
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As notícias acima parecem surgir de um local inóspito no planeta, ondem humanos imorais, indecentes e totalmente “avessos a deus” reinam e convivem entre si.
Porém, para surpresa de ZERO PESSOAS, estas notícias não chegam a ser a milésima parte da totalidade ruim que estampam cotidianamente os noticiários desse país de maioria cristã, cujas pessoas se dizem tementes a deus e que põem deus acima de tudo e de todos.
Num país onde cerca de 50% se diz católico e outros 30% evangélico, chega a ser surreal que tais fatos ocorram, já que o cristo dos evangelhos afirmou que os seu seguidores seriam como sal da terra e luz do mundo. Com sal, eles deveria salgar e purificar o ambiente em que vivem, sendo exemplos de virtudes, cujo raio de ação e purificação deveria ser de pelo menos de 1 para 1 mil no que diz respeito a influenciar parar para o bem os que destes se acercam.
O contrário disso parece mais evidente. Eles tem sido exemplos de ganancia, soberba, arrogância, inveja, disputa pelo poder, desprezo pela vida de modo geral e um número de fim de tantos outros males.
Baseado em tantas desgraças (atitudes cristãs deploráveis) que nos cercam, podemos fazer algumas perguntas, e até usarmos tais respostas para construirmos um senso de moral que não seja baseados na hipocrisia cristã e seus derivados, nem tão pouco no desejo de uma suposta recompensa (maldição) de seres imaginários.
Se formos honestos o bastante podemos nos perguntar: O que difere de fato uma pessoa evangélica (que diz seguir ou estar no evangelho) de outras não evangelizadas (que não usa tal livro ou títulos cristãos como escudo)?
Um frequentador de igrejas é realmente uma pessoa de caráter superior?
A honra, o respeito, a dignidade e as boas virtudes dos homens estão realmente ligadas (condicionadas, dependentes) à deus, ao seu suposto filho ou e instituições que destes dizem ser representantes?
É verdade que “sem deus” ou sem igreja, o ser humano é apenas uma criatura iracunda, voltada à violência e autodestruição?
Se deus, jesus, igreja, pastor (padre, bispo) ou qualquer outra etiqueta de boa-fé não são capazes de moldar o interior dos homens para melhor, por que então a manutenção, criação e surgimento diário de tanto representantes (representatividade) dos ditos valores cristãos?
Existe de fato algum valor cristão ou aquilo que de bom que as pessoas fazem (no coletivo e como indivíduos) são frutos de escolhas pessoais?
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Seja sincero e não minta: você seria capaz de responder ou pelo menos pensar nestas perguntas sem atacar loucamente quem as fez ou sem ficar na defensiva irracional, baseada em frases de efeito, repetitivas e repetidas milhares de vezes por milhões de pessoas que nem sequer prestam atenção ao que estão dizendo?
Caso deus, jesus e tudo o que dizem dos evangelhos fossem reais, teríamos a maior prova de todas de quão ineficazes são tais ferramentas (conceitos) para manutenção da paz e respeito entre os homens.
Seria mais fácil (menos vergonhoso) admitir que deus não existe e as pessoas (más) se escondem nele para amplificar suas maldades, que dizer que mais de 150 milhões de pessoas juntas orando, buscando e temendo a deus, não são capazes “inibir as ações do capeta” no meio da segunda maior nação cristã do planeta.
De acordo com Gálatas, capítulo 5 e versículo 22, os frutos do espírito deveriam ser: caridade (amor), alegria (gozo), paz, paciência (longanimidade), amabilidade (benignidade), bondade, fé (fidelidade), mansidão e temperança (domínio próprio).
Essas são as 9 virtudes que um “salvo” ou uma “pessoa que conhece a deus” deveria portar. Taís virtudes não seriam dadas como carteiradas por gente medíocre (caso as tivesse), nem tão pouco seriam anunciadas pelo próprio possuidor.
Elas seriam perceptíveis à quilômetros e a fama de quem as possuíssem percorreria todo o globo. Tal possuidor seria de fato uma pessoa célebre e não estaria nem um pouco interessado em receber louvores por isso ou servir de vitrine para quem quer que fosse. Apenas viveria sua vida de modo simples, exalando seu odor por onde passasse, atraindo para si a atenção de todos que beberiam de suas palavras e viveriam sob seu exemplo de vida se beneficiando de suas ações.
No entanto, o que vemos no mundo cristão? Vemos uma mãe de família que não pode (não confia) em deixar seus filhos com o próprio marido ou parentes próximos com receio destes abusarem sexualmente de suas crias; Vemos homens e mulheres casados que se gabam diante de seus amigos o quanto são infiéis com os seus conjugues e recebem destes apoio, glória e alguns chegam a competir para ver quem é o mais “fodão e infiel”; vemos empregados abusando da boa-fé de alguns patrões, fazendo planos dar-lhes prejuízos intencionais ou tomar-lhes judicialmente (com mentiras) parte daquilo que estes conquistaram. Ao mesmo tempo vemos empregadores tratando seus funcionários de forma medíocre e desprezível, em certos casos pior que animais; vemos diariamente pessoas lamentando a perca de objetos pessoais por esquecimento ou distração, enquanto que o que achou (furtou) o objeto gloria-se de “ter se dado bem”, zombando em certos casos “na cara do vacilão” por este ter sido tão descuidado; vemos o abuso físico, financeiro e moral sendo praticado em nome de deus todos os dias por líderes religioso e cristãos comuns que exploram a ingenuidade e confiança de quem procura estender-lhes às mãos; e vemos acima de tudo, uma enxurrada de mentiras que são contadas uns aos outros para defraudar, ludibriar ou extorquir alguém de alguma forma...
No Brasil (e no mundo inteiro), parece que deus, o evangelho e bons costumes são apenas adesivos que as pessoa rotulam a si mesmo como se isto as dessem mais valor. Só que uma embalagem não faz o produto.
Se alguém fizer cocô e colocar em uma embalagem de ovos Ferbegé, por maior que seja o tempo que a merda fique neste maravilhoso recipiente, ela não irá se transformar em um fino chocolate ou num precioso diamante.
Assim também é com os que se dizem cristãos: se infiltrar (se meter, congregar) numa igreja não vai fazer de ninguém uma pessoa boa. Se encher de títulos ministeriais ou rótulos bíblicos também não. É mais provável que toda indumentária cristã seja utilizada para o mal que para o bem.
Dos nove frutos do espírito citados acima, o ultimo (controle próprio) deveria ser o mais admoestado entre estes. Ele deveria ser o objeto de maior cobiça entre qualquer um que viesse a ousar dizer ser um cristão.
Sem DOMÍNIO PRÓPRIO o homem é apenas uma besta quadrada. Um ser irracional, irresponsável e causador de problemas. Isso independe de religião, até por que um homem sem religião que consegue ter autocontrole no que faz ou pensa, pode ser comparado ao supra sumo da evolução humana na época em que está inserido.
A falta de TEMPERANÇA é a sem dúvida a causa de precisarmos de tantas leis, tantos policiais e tantos juízes para conter ou evitar tragédias. É por falta de (nosso) controle próprio esses profissionais acabam “se melando” com as “cagadas” que muita gente acaba cometendo diariamente. Por ofício, por amor à profissão ou por tentar impor a lei, muitos destes profissionais acabam se envolvendo diretamente no lodo que outros produziram e de forma técnica ou emocional tem suas vestes salpicadas do mais fétido negrume que algumas pessoas expelem. Por vezes, esses profissionais podem ser a causa (conscientes ou não) de outras pessoas estarem onde estão, seja no “bem bom” ou no “bem pior.
Numa sociedade “cheia de deus”, os números de profissionais que executam as leis deveria ser cada mais reduzido, pois subtende-se que por si só e por força do “espirito santo”, os que se dizem cristãos deveriam cuidar da própria vida e ser responsáveis por suas próprias ações, evitando conscientemente as piores delas. No entanto, o que eles fazem?
Quando não estão cuidado da vida alheia ou vigiando o c* dos outros, eles se perdem ritos desnecessários, por vezes imbecis, competindo entre eles mesmos e com pessoas de outra fé, quem consegue ser o mais infantil e irresponsável na condução da própria vida.
Ao invés de buscarem isso (as virtudes ditas no suposto livro sagrado), eles querem se encher do “espirito santo” para falar em línguas, dar piruetas e fazer todo tipo de macaquice em rituais de culto; se armar até os dentes para “matar bandidos” mesmo dizendo que deus é quem os protege; fazer alianças macabras com outras pessoas sem virtudes com o intuito de quem um proteja o outro nos dias de confronto com a verdade; tentar subornar a deus por meio de dízimos, ofertas, idas infinitas a igreja e cantigas chatas que todos cantam; fazer procissões, penitencias ou rezar pra gesso, barro e outras coisas inanimadas....
É isso que eles fazem para demonstrar o quanto são cristãos. Bons costumes e boas virtudes passam longe...
Viver rodeado de gente babaca, sem escrúpulo e que arrota santidade é sem dúvida o pior fato a ser constatado entre os que estão cercados por aqueles que levantam uma bandeira de religiosidade como se fosse uma marca de grife.
Pior que a hipocrisia e a fala vazia de virtudes tem se multiplicado.
Em outros tempos, somente pastores, padres, pregadores e teólogos cristãos estavam autorizados à falarem de deus, das virtudes cristãs e dos propósitos de deus para a vida dos homens. Hoje em dia, basta ter meia dúzia de seguidores numa rede social qualquer para se achar um moralista (falso), um interlocutor das verdades divina e um juiz das causas celestiais, definindo assim quem e quando alguém está dentro dos padrões divino de santidade.
É mais que sabido que não importa o qual canalha alguém seja, se usar o nome de deus entre suas falas (mesmo sendo um discurso de morte e ódio) conseguirá com facilidade o apoio ou atenção temporária dos ouvintes. Um quantidade enorme deles.
Comumente, quanto mais uma pessoa fala de deus, mais hipócrita e desumana ela costuma ser. É questão de tempo apenas para descobrir que o interlocutor estava apenas tentando ocultar algum delito quando usava deus como emblema.
Deus não é uma propriedade particular de ninguém. Isso é fato. É apenas um fantasma imaginário que assusta ou ampara a humanidade há alguns milênios.
Sua “presença” ou ausência não é um incomodo a quem quer que seja. A convivência com os seus “servos” é outra estória. Essa é real e inevitável. E enquanto tivermos de conviver com esse nível de mentalidade, podemos pelo menos pedir (exigir) que os tais cumpram (vivam) as virtudes que deveriam ser o símbolo de sua marca.
No demais, se não podem, não querem ou pelo menos não se esforçam para isso, no mínimo devem ser considerados como hipócritas indecorosos, blasfemos e que cospem na própria fé e no cristo qual dizem ser seu senhor.
Aconselho a todos, principalmente aos “servos de deus” que REVEJAM OS SEUS CONCEITOS! Saúde e Sanidade à todos!
Texto escrito em 7/8/22
*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.