POR UMA NOVA ORTOGRAFIA
POR UMA ORTOGRAFIA MAIS RACIONAL
Sentado no meu canto, há alguns anos atrás, comecei a pensar como a nossa língua portuguesa é complexa.
Por derivar do Latim (língua morta faz tempo), inúmeras são as palavras que conservaram suas formas e até mesmo a ortografia.
Quem mais sofreu alterações acabou sendo a ortografia.
Quantas regrinhas o estudante tem de guardar para escrever, razoavelmente a sua língua; quantas vezes teve de pôr de lado as determinações dos eruditos, porque outros eruditos “acharam por bem” mudar algumas regras. Meu pobre pai teve de abrir mão do “ph” para grafar farmácia e até deslocar o hífen de palavras como FAZEL-O para escrever “corretamente” FAZÊ-LO ( com um circunflexo de quebra).
Tive de engolir o fim dos acentos diferenciais, para desespero de meus professores da época. Afinal, eles diziam que “tôda” tinha acento para não confundir com toda, que era uma ave de Portugal e êle, também, para não confundir com o nome da letra “l”. E tome de comprar Dicionários novos para se manter atualizado.
Até o infeliz trema (aquele que os estudantes chamavam de sujinho em cima da palavra) foi atirado às feras. Os jovens morriam de medo quando se deparavam com palavra desconhecida, como “quiproquó”. Procuravam, rapidamente, substituí-la por um sinônimo ou jogavam a moedinha para o ar...
Tanto “s” nas palavras, que até pode nos causar indigestão ortográfica: assassino, por exemplo. Olhem como fica mais simpático: asasino.
E o pobre “x”? Teve de se contentar com a ajuda do “z”, seu amigo, para fazer o som de certas palavras em que ele aparecia: exercício, exame, exaltar. Por que não: ezersísio, ezame ezaltar?
Para quê “c” e “ç” se um simples “s” pode fazer o papel dos dois? Ezersísio, forsa.
Essa de “s” intervocálico só pode ser brincadeirinha. E de mau gosto! Tem de ser “z” mesmo! Por que não voltamos a escrever Brazil, como fazíamos antes de virem novas regras?
Grafar “muito” e ler “muinto”? Demais! Escreva-se logo “muinto”!
Palavras oxítonas terminando por “em” com som aberto? Todos pronunciam o “e” com som fechado: ninguêm, alguêm, porêm. Não vamos pôr acento nessas palavras. Foi só para representar o som das mesmas. Ficarão: ninguem, alguem, porem.
Que coisa mais sem sentido esse “h” mudo no início das palavras. Fora com ele! Tão simples escrever oje, omem. Não esquecer que “ontem” já se escreveu com “h” no início ...
Coerência é o que não falta na minha proposta.
Forte abraso do amigo de oje e sempre.
Ah, lembrei-me de mais uma aberrasão: obséquio. O “s” não é intervoqáliqo e somos obrigados a pronunsiar “obzéquio”.