Engrandecimento perene
Heráclito já dizia que ninguém pode se banhar duas vezes no mesmo rio, porque na segunda vez o rio já não é o mesmo, e nem o homem. Assim é a nossa existência. Ninguém é mais o mesmo após cada dia. A cada instante, por qualquer motivo que seja, não somos o mesmo: nem se tenha passado apenas um segundo. Ao menos o corpo muda, a cada milésimo de segundo.
Tudo o que acontece na nossa vida contém uma carga de aprendizado e de causalidade. Nossos caminhos não se cruzam com o das outras pessoas por acaso. Nem os acontecimentos, as casualidades que ocorrem em nossa vida.
Sempre haverá causa e efeito. Engana-se quem acha que mesmo parado, não produzirá resultado. Mais cedo ou mais tarde, seremos cobrados de alguma forma, seja pelas nossas ações ou pelas nossas omissões. Sempre.
Tudo que resta deixa, no final das contas, alguma lição. E por mais doloroso, por mais complexo que seja, precisamos entender que o aprendizado é diário. Os frutos de um acontecimento, mesmo que avançados e atribulados, concorrem para o enrijecimento da nossa vivência. É a lição mais valorosa que aprendemos. E levamos toda essa bagagem para o restante dos nossos dias.
Não deixemos de acreditar que tudo vale a pena. Professor Clóvis de Barros já diz que a vida vale a pena ser vivida. E como vale. Sejamos, ao mesmo tempo atores e expectadores desse espetáculo. Assistamos e participemos de todas as cenas. É uma obra de arte. Ela é efêmera, estamos envelhecendo a cada instante e trazendo, a cada ato, a carga de tudo o que vivemos até então. No máximo, cabe a nós saber extrair sempre o melhor de nós, das experiências e das conexões que firmamos.