URNA ELETRÔNICA - FATO OU FAKE
Antes de começar a escrever sobre esse tema, conversei com algumas entidades e ouvi coisas assim: Quem você pensa que é para adentrar em um tema tão polêmico? Deixa isso para quem entende! Sequer está filiado a qualquer partido político; nunca gostou de política. Qual é a sua? Não entende nada de computador, nem internet! Você não passa de uma aposentada que fica o dia todo babando os netos. Isso é uma perda de tempo? Esquece!
Calma gente. Quando falo entidades, nada a ver com espiritismo. Trata-se de meus amigos imaginários com quem eu troco umas ideias.
Então eu pensei... Sim, sou aposentada. Mas antes disso eu era servidora. Primeiro do Poder Executivo, na área de campanhas de saúde, mais precisamente na Superintendência de Campanhas de Saúde (antiga SUCAM). Fui escriturária do Banco de Brasília (BRB). Ato contínuo, servi como técnica judiciária na justiça do trabalho por doze anos. Conclui minha carreira de servidora onde? Olha só! do ano de 2006 até 2020 na justiça eleitoral. Analista Judiciária que assumiu, com muito gosto, um cartório eleitoral numa região bem movimentada. Meu contato com a urna eletrônica foi direto e presencial. Participei de fechamento de cadastro, lacração de urnas, debates incansáveis sobre a segurança e conversas pessoais com incrédulos. Consegui convencer apenas aqueles que possuiam alguma conexão entre os nervos cerebrais e a alma. O leitor já deve ter presumido que não foram muitos.
Meu filho acaba de passar aqui e quando viu o título disse: Eita! Cuidado aí mãe!
Quem pensa ou pensou que estou entrando nessa seara para obter simpatia de alguém ou conquistar fama e sucesso, não me conhece mesmo. Não sou dessas.
Sou uma escritora que quando começa a remoer um tema por muito tempo, sente a necessidade visceral de registrar. Principalmente quando não encontra em seu entorno, pessoas que vivenciaram, ou estiveram no mesmo lugar e estrada por onde passei.
Eu sei que qualquer tentativa de explicar a parte técnica do processo eleitoral eletrônico vai desaguar na mesma questão. Até porque não se pode convencer que há perfeição ou exatidão onde um objeto tão precioso, como é a caixinha de coleta de votos, restou cercado de interesses de poder dos mais complexos.
Lembro quando um grupo de técnicos japoneses vieram observar e entender sobre a urna eletrônica. Eles ficaram pasmos com essa tecnologia tão simples e que tornava a apuração dos votos tão objetivo e prático. Mas, o que deixou eles mais impressionados foi com a criação de tantas ferramentas e processos que bloqueavam todo tipo de tentativa de fraude. No final de tudo, de repente os olhos dos asiáticos ficaram amendoados. Eles perguntaram: Mas, porque alguém faria isso? Isso "o que?", perguntaram os brasileiros. Porque alguém teria interesse em fraudar a urna eletrônica? perguntaram novamente.
Eis a pergunta de ouro! Porque os técnicos brasileiros deveriam gastar tanto dinheiro público com segurança numa caixinha de coletas de voto? Quando os votos eram manuais e colocados em urnas de lona havia todo um aparato de segurança que saía ainda muito mais caro e era muito mais difícil de controlar.
Porque alguém acha que o voto impresso garante mais segurança? Ou será que a segurança que alguns querem é de ter certeza que precisa de um recibo para ver se investiu no eleitor certo.
Não terminei ainda. Aguardem os próximos capítulos.