Impuros
só parte#
Se um dia tiver rebelião, vou acabar encurralado. Uma bala será na minha direção. Em Camaquã, escutei uma história de um cozinheiro que picou a mulher e a acimentou no chão de casa. Podem me chamar de patrão, chefia ou qualquer outra coisa, no fundo sei que eles pensam que sou um arrombado. Ossos do orifício. Que demônios são esses que me atormentam, acompanham e alimentam? Há muito sei que são muitos, são vários e são legiões. Sussurram nos meus ouvidos tentações infernais. Trago comigo demônios tentadores. Atentos tentam, me tentam profundamente
o que dizem o que querem (de mim). Tentações perigosas. Profundezas inacessíveis a olhos nus desnudos me levam ao fundo do poço do ralo do fosso. Confusos, me confundem, me fazem arder os olhos. Queimam minhas orelhas vermelhas. Brasa ardente, ferro quente, óleo fervente, bolhas sulfúricas. Como um vulcão
explodo em lava, em lágrimas amargas e deságuo em mil barris. Demônios de mil cores cintilantes com escotomas brilhantes em fundo anil. Noites em claro-escuro, dias no breu do dia. Reviro e volto ao avesso, ao começo do fim. Já não há mais tempo, acordo devasso, demoro assim imóvel dorido doido. Abro lâmpadas mágicas e guardo cuidadosamente todos eles. Logo, mais logo adiante, logo ali, precisarei de mais uma dose de diamantes calmantes. Farei a minha performance andante e terão uma aversão de mim, como uma legião de pensamentos, prostituições, roubos, assassínios, adultérios, ambições, enganos, devassidão, inveja, maledicência, orgulho e insensatez. Todas maldades na impureza de dentro.