Até pela manhã? Não! Que terrível essa enxovalhada de notícias para vender a violência. A carne crua e a letra perfumada por pólvora, o insulto, o desgraçado, o tiro, o choro, o ânimo esfarrapado, dores, a revolta e o desespero de quem vai fugindo (ou tenta) de toda essa barbárie. Não! Restrição de tráfego para a notícia que sepulta as esperanças. Além de tudo isso, por favor, a ternura!
Mesmo breve, que seja ao menos intensa essa pausa.
Pela manhã, mesmo que por poucos segundos, o olhar debruçado na janela, o amor no peito feito passarinho, o sol marinheiro em todo o seu esplendor, a carícia entorpecedora do cheiro do café, a esperança que se ergue gaivota sobre o mar nesse anseio de vida e de luz. A quietude se faz necessária, musa a ter servir de inspiração para um dia melhor. A quietude é flor pendida sobre a palavra murcha de afeto.