Um excelente filme! Um passeio para ver o que acontece dentro da esfera da velhice, da solidão, faltas, a pouca memória que se serve de letras, e a castração da liberdade quando a autonomia é levada pelos efeitos do tempo. O antigo e o novo dialogam, encontros e desencontros.
O tempo apaga e amputa de nós, pouco a pouco, o sujeito que nos tornamos, e o retorno nem sempre se torna possível. Há quem diga que a solidão é, na medida certa, benéfica para a existência. Ela é a retomada do eu sem as interferências tóxicas do mundo. Solidão ou solitude? Um sentimento de vazio ou uma escolha voluntária? Isso é algo que vamos descobrindo no decorrer do caminho...
Por que o sujeito precisa de todas as verdades? Será que nos reconhecemos apenas nelas? Em alguns casos, como poeticamente o filme aponta, é necessária uma certa malícia para saber até que ponto (e momento) o sujeito pode suportar as grandes verdades da vida, até que ponto elas se tornam medicinais ou tóxicas.