Não importa! O tempo vai passar, seus pensamentos mudarão (alguns desaparecerão junto com algumas células), novas estações virão, seu outono chegará. O que tinha importância deixará de ter (você querendo ou não), alguns não evoluirão em nada com o passar dos anos, outros estarão muito além, novidades virão (algumas tarde demais), mas tudo, tudo sempre mudará! O caos se tornará maior com o tempo, a calmaria será seu desejo num mantra diário, e o mundo continuará sendo o mundo (com E sem você). Nisso tudo, você vai continuar fazendo o seu café e olhando para o horizonte (e talvez continue se emocionando com o nascer do sol, quiçá mais até do que antes), e as filas serão cada vez mais evitadas (até mesmo quando for para algo que deseja muito), o tempo será o seu bem mais precioso (ou um fardo, dependendo das circunstâncias). Pessoas passarão todo o tempo pela sua vida, algumas se perderão pelo caminho pelos mais diversos motivos, algumas deixarão raízes tão profundas que farão valer cada memória que você tiver delas. Serão muitos os dias em que a vida parecerá um nada, um caminho sem sentido, e aquele desânimo vai dominar horas do seu dia, semana, meses... Muitos serão também os dias em que uma única flor encontrada entre frestas na calçada te farão sorrir por horas e horas e horas numa verdadeira epifania!
Serão muitas as revoltas, os choros, os sorrisos, os medos! Ah, os medos... Serão! Mas, para muitos, passarão... como tudo na vida. E tudo bem! Não queira ser perfeito, nem suficiente, nem crédulo demais. Apenas viva o dia de acordo com os seus sentimentos (e não se envergonhe deles), o mundo conspira para que se comporte como máquinas (cada dia mais), lute sempre contra isso!
Muitas serão as palavras escritas (ou faladas) sem qualquer comprometimento com a rima, ortografia e pompas... mais importante do que os vernizes cotidianos é não romantizar o silêncio, às vezes ele é bom, mas nem sempre, mesmo que as palavras saiam caducas, precisam fluir (passarinhos) ou gárgulas.
Deixa passar, não acredite demais em religiões, deuses, ídolos, políticos, modismos, etiquetas... seja um pouco do avesso na contramão de tudo isso, na dose suficiente para poder se lembrar de quem você é. É isso...