Guardai-me (malgrado) no soneto, à moda do café amargo e dos dias carentes de poesia. Não tenho céu e nem inferno, talvez eu tenha feito um pacto com o Nada, mediante algum artifício com o caos. O que me move não é mais o sol e nem as estrelas e nem um esplendoroso oceano. Sim e não. Outrora embarcada nas reticências, e nas práticas contrárias à boa fé, continuo em meu esforço de lápide, de avant-première do cataclismo de monstros inomináveis (anjos no anagrama do deserto) sob os umbrais.
Às vezes (depositária de sonhos) adquiro aparência de um sorriso, onde os dentes se espalham passarinhos. Conspiram galáxias e proferem sentenças, mas sabe, em meu labirinto vi um céu que era só meu, de terra nunca antes imaginada, mas no contorno de mim um rasgo de realidade: desses que ateiam fogo no circo, a minha alma!