Sempre fui estrangeira nesse mundo (cativa da palavra), e há um sopro de infinito na rotina. Gosto da rotina e do silêncio consentido por mim e que me devora aos poucos aqui ou acolá.
A rua e o seu cortejo barulhento já não me encanta mais. Não me sinto bem entre os passos despencados de propósitos e no emaranhado de gente.
Rostos sem contornos (sugados) por celulares na falta de quimeras pelas ruas, arcanjam o que ainda possuem de tempo (ou supõem) no carnaval tecnológico. Não reparam no sol, nem no espetáclo da própria decrepitude. Transitam na mesma trajetória (em círculos). Também nunca se sabem.
Me olho (impressentida) no espelho, fadada à imperfeição, à exceção dos meus ponteiros, bebo o equívoco do mundo como se sorvesse as sombras da caverna de Platão. Em outras palavras: à mercê de mim no luto absoluto dos meus medos, um brinde!