Sou um macaco sim

Eu não pertenço a esse tempo

Não pense que vou concordar

Com as premissas hipotéticas

Do velho ou do novo testamento!

Não há ali um ponto que não

Haja questionamento!

Não dou a mínima se o inferno é quente

Não busco o céu como um demente

Sou um macaco sim

E desse jeito inconseqüente

Um dia como tu, também terei meu fim!

Se aos teus olhos pareço um delinqüente

Não tenha pena de mim

Saiba, porém, que serei contigo condescendente...

Jamais te julgarei como um ser impotente

Direi que és; apenas um carneiro...

Tu e toda essa gente

Fingindo acreditar num algo onipotente

Seguidor do nada, alma carente...

Busca o além, e deixa de viver...

O que está à sua frente!

Tu que vai a igreja

Repara o quanto bocejas

Durante a pregação

Cansado de somente ouvir

O quando Ele vai vir

Para te dar a redenção!

Não haverá salvação

Espíritas, macumbeiros, hebraicos...

Ateus, budistas, mulçumanos...

Caretas, viciados...

Estão tão condenados

Quanto tu cristão!

Não há caminho

Ao sucumbir estaremos sozinhos

Nada de anjos com suas trombetas

Nada de mil mulheres mostrando

As bocetas!

Satisfaça-se em viver

Pois a morte é o fim do querer!

Raul Sidarta
Enviado por Raul Sidarta em 25/11/2007
Código do texto: T751385