Fora de sintonia 🔴
“Uma menina morreu, mas tem a festa”. Dessa vez não teve bala perdida para reclamar — sempre da polícia, afinal, rende indenização, além de servir de munição para demonizar a segurança pública. O acidente com o carro alegórico tornou a morte mera alegoria, dando passagem à festa.
No estilo “globeleza”, o jornalista Marcelo Cosme, da Globonews, exagerou ao tentar animar o telespectador com o clima de carnaval da emissora. Desesperadamente, a Globo lutou para lucrar com o carnaval fora de época. A alegria nada genuína, seguida da desastrosa fala, saíram mais pagãs que o “pé-na-jaca” brasileiro.
O “fique em casa”, que alavancaria a audiência da televisão aberta, revelou-se desastroso quando, na prática, turbinou os “streamings” e a internet. A hipocrisia escancarou-se quando os mesmos que insistiam para você ficar em casa eram “flagrados” na rua.
Marcelo Cosme, dedicado funcionário que é, demonstrou estar em perfeita sintonia e cheio de “gueri-gueri” com a emissora e virou a chave: deu uma mudança de rota (180 graus). Saiu do modo coronavírus e entrou no clima do “ziziguidum, telecoteco e balacobaco”, afinal, mesmo fora de época, é carnaval.
O jornalismo do grupo carioca busca transformar (ou tentar) a sociedade conforme seus interesses. Maximizando e minimizando eventos, o jornalismo da Globo entrega matérias (coberturas) positivas (a favor) ou negativas (contra), fortalecendo a narrativa que importa e, em consequência a opinião pública. Entretanto, os acontecimentos morte e carnaval (festa) na mesma notícia “bugaram” o cérebro do jornalista. Saiu isso: “Tem preocupação, acidentes acontecem, uma menina morreu, mas tem festa, nê?”.
A Globo vem navegando (lacrando) de acordo com o vento. Todo o politicamente correto contradiz as práticas históricas que são relatadas por quem já trilhou aqueles estúdios.
Como acabou o carnaval, a Globo voltará a lamentar as mortes. Neste quesito, só não pode ser seletiva. Quanto à fala: está mais para ato falho que para acidente. Não foi acidente.