O estado cadavérico do querer viver
A vida...
Em um dia a vida se constrói em movimentos espirais de contínua progressão.
Em um dia, a vida também se destrói como uma torre que desmorona ao grito de guerra da tropa inimiga.
Em apenas um dia, o acúmulo de acontecimentos pretéritos nos mostra que a vida, cujo acúmulo de dias seria o ideal a ser demonstrado, ficara no passado e a vida se fez em cada segundo e não no amontoado de horas que se acumulou debaixo do tapete da sala de visitas.
A vida...ah a vida!
Que triste mania essa nossa de desdenhar do tempo presente, pelo engano de que no amanhã a vida se fará completa, autêntica.
Tolice essa nossa!
Isso bem me parece um estado cadavérico da alma querendo dizer; Já posso acordar do sono profundo?
Ora, porventura não tens uma vida inteira em cada segundo do teu dia?
À Luz do que já dizia Sêneca: "cada dia por si só é uma vida".
Porque então, queremos acumular frações de vidas para viver em um tempo futuro que nem sabemos ao certo se existirá?
Sabe-se lá o que nos prende a essa caixa de pandora. O que me parece é que criamos veredas de mais para viver e sem perceber nos perdemos no meio do caminho. Ah, vida!