Meditando sobre a Justiça

A Justiça deve ser cega. Caso não esteja cega, este deve ser o objetivo na vida, a sua meta. A realidade é que ela enxerga, mesmo que não tenha uma boa visão, ela enxerga. Talvez ela seja míope ou astigmática. Caso ela não esteja cega, então que enxergue bem, tão bem quanto um piloto de caça que não pode ter 0,1 grau, para que a justiça seja feita a quem precisa, culpando quem deve culpar ou inocentando (isso é uma questão de opinião, ainda assim a justiça precisa ser cega).

De um lado tem a Sociedade e do outro o Poder. No meio está a Justiça.

O Poder tem como trunfo justamente o poder... De fazer acontecer, mandar, embora tenha limites, que nem sempre são obedecidos.

A Sociedade tem como trunfo a coletividade de pessoas que muitas vezes tem o mesmo interesse, a mesma causa e quando se junta de forma efetiva consegue derrubar o Poder (afinal o Poder sem o apoio da Sociedade perde força).

O Poder precisa de uma Sociedade satisfeita e a Sociedade precisa de um Poder para que os seus direitos e benefícios sejam possíveis.

A Justiça está nesse meio, controlando as tensões de cada lado. Ora o Poder abusa do que tem em mãos e prejudica a Sociedade, que por sua vez, quer derrubar o Poder que muitas vezes precisa de tempo e espaço para se consolidar. Só quem está no Poder sabe as dificuldades e só a Sociedade sabe as agruras de estar do lado de cá.

Em meio a todo este teatro da realidade, há o Advogado, o Juiz e o Promotor. Cada um tem seu papel para que a Justiça seja feita a todo tempo. Cada um tem seus interesses, ganhos e perdas. O Juiz é a figura central que não pode deixar pender o pêndulo da Justiça nem para o lado da defesa nem para o lado da acusação, mas sim sempre no meio, no equilíbrio da balança.

30/03/2022

Miguel Rodrigues
Enviado por Miguel Rodrigues em 30/03/2022
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