Um aparente incongruente

Ao segurar minha mão tenha certeza de que estou tanto quanto posso inteiro, presente. Não se engane eu sinto meus pés no chão, o calor das mãos e afago no cabelo. Minhas veias se dilatam, inflam com o sangue cálido devido a adrenalina que se tornou a vida e o exercício de optar estar vivo todos os dias. Talvez teu olhar não me alcance, afinal, tenho consciência que voo alto. Não se esqueça, só posso escrever quando me abaixo, o salto antes do voo é angustia-empolgante, tenha certeza, que três vezes mais é o retornar. Mas logo que pouso, posso brincar com a terra, crio, transformo e me transformo. Preciso retornar sempre.

Apesar de toda velocidade que me proporciona o ar, todo espanto com que presenteia meus olhos, mostrando de longe lugares que talvez nem eu, você e muitos outros nunca poderão pousar. Mesmo assim! Ainda com o deslumbro de tal visão de possíveis realidades, ele ( o voo, o ar) nunca foram capazes de me fazer esquecer da beleza de sujar os pés no barro, e brincando criar esculturas, vasos, castelos, esconderijos. Não retorno somente pela beleza, mas também pela necessidade. Não me defina enquanto estou no alto, muito menos quando caminho, confusão para você, eu sei. Essencialmente paradoxal meu Eu.

Andrêi Baruk
Enviado por Andrêi Baruk em 17/02/2022
Reeditado em 17/02/2022
Código do texto: T7454026
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