Diomedes
demônios parte#
Li um livro em dois dias. Nada anormal. Chamava-se “Diomedes”. Nada a ver com o Diomedes da Ilíada. Sem papo cabeça. A leitura era entrecortada pelas sessões de assepsia do cara que estava num leito em frente ao meu. Tinha a perna amputada na altura da coxa. As enfermeiras tiram as gases e limpavam duas ou três vezes por dia. O cara sofria pra caralho. Gritava. Urrava. Chorava. Um senhor de seus sessenta e tantos anos. Essa hora da limpeza era o único momento em que não consegui a ler.