QUANTOS DESAFOROS
Essa idolatria insone sobre o otimismo. Vede: quantos desaforos vindos do tribunal social que anda se fazendo dono das emoções alheias. Mas para começo de conversa, contra o seu catequismo, eu tenho a minha lágrima manchada pelas minhas memórias. Mas eu sorrio, apenas não mais por qualquer gracejo com a pretensão de piada. Essa idolatria à propaganda dos sentidos felizes e que tem a aparência apalermada... ah! eu sou alma envelhecida que prefere o silêncio, esbelta e de fala vaporosa, em paz longe da vaidade dos humanos. Que sono profundo vive a sociedade! Grupos se formaram em prol da fala lacrada, olhos moribundos, bocas que ferem... tão tarde me parece, quanto pedantismo treinado em mentes jovens, todas em busca de pertencer a grupos. Quanta tara por um pertencimento. Quanto pavor diante do risco de um não pertencimento. São falas pustulentas, empurrões na conquista de um abraço na calçcada da hipocrisia. Os mais atrevidos vão na contramão de tudo isso. Oh! meu Deus! que delícia! (suspiro enamorado). Como é bom gozar da própria companhia! O tempo que se valoriza por ver de tão longe o alvoroço da massa. Crime matar o próprio reflexo às garras de faces tão iguais e desprendidas de autonomia. Enquanto o grupo quimérico dorme, os lobos aproveitam do cio sossegado das ovelhas.