NINGUÉM SE IMPORTA
Não há melhor choque de realidade: ninguém se importa! Quase a totalidade do mundo segue aos suspiros do porvir da mais nova bunda, plástica, e das lágrimas hipócritas dos influencers.
Acorda! Banhe o rosto, respire fundo, seu mundo é um quintal de pardais aos prantos.
Ninguém se importa de ter morrido o número anterior, vem o próximo para o teatro da multidão envenenada num leito rubro de pão e circo. E você aí, sonhando à vala de ter sido construído da escória popular, filho da cegueira.
Você, com seu rosto róseo, sorri com hálito cor-de-rosa, e onde por baixo da língua se esconde o amargo das palavras que não disse, pacato a nutrir-se dos enganos do mundo. Assim, cego, idolatra todo lixo que rebola bem diante da sua cara, e o povo ainda paga por isso! Fazem de todos, uma platéia abestalhada e ruminante.
Sangra-me o coração, te juro! A massa finge extremos de bondade em imaculadas vestes na alcova da batina que se farta dos miseráveis, enquanto você mastiga das suas migalhas eles gargalham banquetes!
Niguém se importa, e enquanto ensaiam compaixões, correm como setas as moedas para os seus bolsos nada repartidos. Serpentes à beira de caracóis. Topa, vai, o que todo mundo topa! Vai, em seu momento de inércia existencial. Vai, vai que o clero e os acrobatas da mídia adoram a ignorância dos seus fregueses.
Disturbed - Sound of Silence