EU QUERO
E, ao outono do dia, eu quero acender uma vela, ler uma poesia e receber a extrema-unção pelo que restou da minha fé diante da solidão que sinto, das rezas lentas que faço, e da gargalhada diante do espelho. E tudo bem na doce paz que me resta.
Beijo a palavra que no ar se perde, todos os dias... São agouros da minha poesia. Enquanto isso a vida vai retraçando as minhas curvas, os meus costumes, réquiem de maldição na feral sonata do tempo, obscuras asas que pairam sobre a minha saúde. Precária. Diariamente.
Contudo, eu quase me amo, quase, quase... e continuo, com todos os receios que em mim cabem, e os que não.
The Doors - The End