SONHEI IDADES
Como pele despida de roupa, eu sonhei feridas em veios de flor entre frestas no muro. E Homero cego em suas epopéias me sorria em boca fina e pálida, já murcha da palavra. No último gesto de cor à morte, quase do sonho, eu vi uma menina em minha direção, esquecida de mim, margarida entre os ralos cabelos. Embora lhe sentisse carinho, a esqueci de mim, obra-prima entre os jasmins do desconhecido. Completamente iguais pelas prórpias mãos do destino, mas em contraposição do caminho, sempre.
Onde estão os ponteiros da minha existência? Pois desmaiam pela falta de fé no tempo,desmoronam, pó diante dos meus olhos, pedem por nós, mas ao entardecer, transcendem em suspiros cansados, mais uma vez. E todavia indicam que foram apenas breves carícias, assim como é sabido da rosa o espinho.