TEMAS SOMBRIOS

Lendo escritos ou assistindo vídeos de tom mais tenebrosos ou sombrios, me vem á mente, uma especulação. Se há algo perturbador nos tais enredos, sejam eles escritos ou audiovisuais, por que tantos procuram os mesmos e se dedicam a construí-los, com muito capricho, diga se de passagem. Creio, eu que o ser humano tem em si, traços de personalidade que os arremete a tal inclinação, gosto ou apreciação, e claro, depois o ambiente favorece tais expressões. Se assim não fosse, não teríamos tantos talentos que escrevem textos, poesias e roteiros de cinema de temas escabrosos, violentos e sombrios, e com eles alavancam uma legião de pessoas que curtem o gênero terror, suspense e violência.

A arte tem essa função e trafega vertiginosa, pelas searas do comportamento humano, expondo sensações, criando fantasias, fazendo conexão entre o adequado e o repulsivo, de modo a levar a reflexão sobre o ser em sua íntima construção e como este lida com cenários e ideias diversas a suas, propostas num tom mais aterrorizante e feio - como é o caso do filme o médico e o monstro, o livro Frankeinstein, e outros tantos, expondo assim, as chagas, mazelas e vícios que, por vezes, carregamos e nem sabemos como elaborar.

Talvez, e digo talvez, porque não li nenhum tratado sobre o assunto e nem me dediquei a questão como se deve, então no meu ponto de vista, como todos nós carregamos essas fortes inclinações para o bem e para o mal, e claro ,como meio reparador a sociedade como um todo, criamos defesas e até repulsa por certos enredos, mas coisa que moldamos ao longo do tempo. Digo isso, por mim, pois quando vejo um flash de um vídeo aterrorizante, mesmo não assistindo, dou uma espiada nos "spoilers" e comentários, e vejo algumas cenas, apesar de não curtir o gênero. Enfim, somos todos imbuídos do bom e do mau; do belo e do feio, do calmo e do agressivo, do sereno e do atormentador, o que difere uns de outros é o modo como fomos criados e lidamos com esses conceitos e eventos, fantasiosos ou insanos, que nos enredos vemos, e cada um tem lá seu "gatilho" emocional que destrava nessas situações.

Eu não detenho essa capacidade de lidar com temas tão assustadores e fazer com que reverberem em arte ou algo que valha uma leitura, mas a todos que conseguem e o fazem, de modo textual, gráfico e audiovisual, aqui fica meu apreço, pela criatividade na força de expressão.

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Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 04/02/2022
Reeditado em 07/02/2022
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