Faz o homem sua própria história ?

(...Descobrimos sucessões múltiplas nos pontos em que o homem ingênuo e o sábio de civilizações mais antigas só viam duas coisas: como se diz geralmente, a "causa" e o "efeito"; aperfeiçoamos a imagem do devir, mas não fomos além dessa imagem. A seqüência das "causas" se apresenta em todos os casos mais completa diante de nós; deduzimos: é preciso que esta ou aquela coisa tenha sido procedida para que outra se siga... _ Nietzsche _ A Gaia Ciência_112-Causa e Efeito)

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O conflito entre a afirmação das leis objetivas e a negação destas leis, as diferenças entre os que acreditam na influência determinante de fatores determinantes, estabeleceram-se, desta forma, os termos da pergunta a qual, ainda recentemente, o historiador francês Jean Berard procurava dar uma resposta: Faz o homem sua própria história ?

As verdades-Facetas deste mundo, são produzidas graças a múltiplas coerções e se produzem efeitos regulamentados de poder. Cada sociedade tem seu regime de verdade, sua política geral de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela acolhe e faz funcionar como verdadeiros.

O certo é que Todos têm o direito de se sacrificarem por uma causa que crêem merecedora. E o certo é que também seria que ninguém tem o direito de sacrificar os demais ou incitá-los a se sacrificarem por um ideal ou idéias: nazismo, facismos, revolução chinesa, cubana, o atentados suicidas de 11 de setembro nos EUA, cometidos por homens convencidos de que seriam recompensados com o paraíso; o caso do suicídio coletivo do Templo do Povo, em 1978, quando morreram 912 seguidores de Jim Jones; os 39 daquela seita que cometeram suicídio coletivo; os mais de 700 mortos do Movimento da Restauração dos Dez Mandamentos em Uganda.

Um objetivismo exagerado esconde, freqüentemente doutrinarismos deterministas, as idéias que essas "causas" intolerante produzem, passam a ser objeto de cultos a demissão da razão.

Li um texto de Denise Najmanovitch (El Linguage de los Vínculos) e admirei sua forma de explicar a natureza da cultura da complexidade através de uma só metáfora: o universo são arquipélagos de ordem em um mar de caos. E é mais apaixonante ainda a forma como ela nos adverte para os problemas criados por uma cultura desta ordem. A substituição de uma consciência realista para aquela que leva a múltiplas perplexidades e paradoxos das certezas absolutas que sempre estamos a procurar.